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Fernando Pinto considera que negócio com a Airbus não lesou a TAP

Fernando Pinto, que esteve ao leme da TAP de 2000 até ao início de 2018, não concorda que tenha lesado a TAP na renegociação com a Airbus. A afirmação foi proferida numa declaração por escrito enviada para a CPI da gestão da TAP, a que o JE teve acesso.
Clodagh Kilcoyne/Reuters
20 Junho 2023, 17h17

Fernando Pinto, que esteve ao leme da companhia aérea de 2000 até ao início de 2018, não concorda com a tese de que tenha lesado a TAP na renegociação com a Airbus. A afirmação consta num depoimento por escrito enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP

Fernando Pinto afirma que a compra dos A350 foi realizada em “condições de mercado excecionais (preço baixo), mas ao longo do tempo a especificação do avião foi mudando e o novo modelo passou a não ser tão interessante para a TAP”, revelando ainda que mais tarde a Airbus lançou o modelo A330neo, que “era mais próximo da especificação inicial que tínhamos”.

Perante este lançamento a Airbus revelou ter interesse em “ficar com os A350 para outros clientes e, portanto, interessou-se em fazer a troca dos modelos a até injetar alguma dinheiro adicional na TAP atendendo não só a essa troca, mas também às novas encomendas dos restantes modelos de aviões”.

Segundo Fernando Pinto o tema da negociação da troca dos aviões com a Airbus foi debatido na tutela, com a Parpública e a Secretaria de Estado do Tesouro, e toda a informação foi reportada.

Na opinião de Fernando Pinto, “além do A330neo, a aquisição do 321Neo foi extraordinária para a TAP, pois era uma avião novo e que tinha um potencial imenso nas nossas ligações internacionais para os EUA e nordeste do Brasil”, salientando ainda que “entendo que os novos modelos adquiridos estão a ajudar hoje a empresa na sua recuperação”.

Aquando da sua saída da TAP afirma que deixou a empresa com ” proveitos de cerca de três mil milhões de euros e a dívida manteve-se pouco acima de mil milhões”.

O ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, realizou no ano passado uma auditoria à compra dos aviões durante a gestão de David Neeleman, que foi enviada ao Ministério Público, depois de alegadas suspeitas de que a TAP terá pago um preço superior pelos aviões A350 do que as companhias concorrentes e que o dinheiro ganho com esta operação terá sido utilizado por Neeleman para entrar no capital da empresa.

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