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Ferramentas de IA vão permitir grande passo em termos de eficiência

A ciência e a tecnologia são aliadas do homem na resposta ao grande desafio da produção de alimentos no futuro. Presidente do INIAV propõe rede de estações experimentais.
27 Julho 2025, 20h00

Nuno Canadas, presidente do conselho diretivo do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, é perentório: “um dos maiores desafios que a Humanidade tem pela frente é produzir mais alimentos”. O que obriga a “evoluir para sistemas de produção mais sustentáveis”, num contexto de alterações climáticas em que “ainda não temos conhecimento no terreno para melhor abordar todos os desafios”. A ciência e a tecnologia são aliadas do homem.

“As ferramentas de inteligência artificial (IA) vão permitir dar um passo muito grande em termos de eficiência”, adianta. Detecção precoce de pragas e doenças, melhoramento genético, agricultura circular numa lógica de cadeia de valor são áreas onde a tecnologia fará a diferença.
Há 24 centros de competências e seis laboratórios colaborativos no sector. O INIAV trabalha com cerca de 500 empresas com as quais desenvolve “soluções à medida”. Nuno Canadas defende a proliferação de uma rede de estações experimentais que permitam experimentar e adaptar à nossa realidade ao que é produzido lá fora.

A Driscoll`s tem uma forte ligação ao INIAV. Catarina Campos, Raspberry Product Leader DEMEA, disse que a empresa norte-americana, presente em Portugal há cerca de duas décadas, onde foi pioneira na introdução da framboesa, tem um departamento de investigação e desenvolvimento (I&D), mas não prescinde da cooperação e do trabalho colaborativo com instituições de I&D e inovação para melhor afinar arestas. “O caminho é este: reduzir o impacto ambiental nas nossas operações e trazer valor para as comunidades onde estamos inseridos”, afirma Catarina Campos.
O aumento da eficiência é, na perspetiva de Sandra Primitivo, responsável pela área de avaliação de políticas públicas da EY-Parthenon, um dos desafios que se colocam ao sector. Enumerou, pelo menos, meia dúzia: inserção em cadeias de valor de maior valor acrescentado, transição para modelos de produção mais sustentáveis, conciliação entre produção em escala e produção de nicho, aumento da atratividade do sector e formação de mão de obra.

A produtividade agrícola tem vindo a crescer desde 2009, mas a um ritmo inferior ao da média europeia. E isso “é um problema”, salientou.

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