Nuno Canadas, presidente do conselho diretivo do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, é perentório: “um dos maiores desafios que a Humanidade tem pela frente é produzir mais alimentos”. O que obriga a “evoluir para sistemas de produção mais sustentáveis”, num contexto de alterações climáticas em que “ainda não temos conhecimento no terreno para melhor abordar todos os desafios”. A ciência e a tecnologia são aliadas do homem.
“As ferramentas de inteligência artificial (IA) vão permitir dar um passo muito grande em termos de eficiência”, adianta. Detecção precoce de pragas e doenças, melhoramento genético, agricultura circular numa lógica de cadeia de valor são áreas onde a tecnologia fará a diferença.
Há 24 centros de competências e seis laboratórios colaborativos no sector. O INIAV trabalha com cerca de 500 empresas com as quais desenvolve “soluções à medida”. Nuno Canadas defende a proliferação de uma rede de estações experimentais que permitam experimentar e adaptar à nossa realidade ao que é produzido lá fora.
A Driscoll`s tem uma forte ligação ao INIAV. Catarina Campos, Raspberry Product Leader DEMEA, disse que a empresa norte-americana, presente em Portugal há cerca de duas décadas, onde foi pioneira na introdução da framboesa, tem um departamento de investigação e desenvolvimento (I&D), mas não prescinde da cooperação e do trabalho colaborativo com instituições de I&D e inovação para melhor afinar arestas. “O caminho é este: reduzir o impacto ambiental nas nossas operações e trazer valor para as comunidades onde estamos inseridos”, afirma Catarina Campos.
O aumento da eficiência é, na perspetiva de Sandra Primitivo, responsável pela área de avaliação de políticas públicas da EY-Parthenon, um dos desafios que se colocam ao sector. Enumerou, pelo menos, meia dúzia: inserção em cadeias de valor de maior valor acrescentado, transição para modelos de produção mais sustentáveis, conciliação entre produção em escala e produção de nicho, aumento da atratividade do sector e formação de mão de obra.
A produtividade agrícola tem vindo a crescer desde 2009, mas a um ritmo inferior ao da média europeia. E isso “é um problema”, salientou.
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