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Filipinas a ‘ferro e fogo’: Polícias autorizados a disparar a matar contra quem violar o isolamento

Horas antes de Duterte proferir a ordem, quase duas dezenas de pessoas de uma comunidade de favelas da capital Manila foram presas por protestar contra o executivo e acusar o governo de não fornecer ajuda alimentar aos pobres.
  • Ezra Acayan/REUTERS
2 Abril 2020, 14h28

Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, anunciou durante um discurso televisivo que as autoridades policiais têm autorização para disparar a matar contra quem seja apanhado a violar o isolamento imposto pelo país. As declarações surgem na sequência de um protesto em Manila, capital das Filipinas, onde os manifestantes pediam apoio ao governo face à pandemia do novo coronavírus, segundo o “The Telegraph”.

Horas antes de Duterte proferir a ordem, quase duas dezenas de pessoas de uma comunidade de favelas da capital Manila foram presas por protestar contra o executivo e acusar o governo de não fornecer ajuda alimentar aos pobres.

“As minhas ordens são para a polícia e para os militares, também oficiais da aldeia, de que, se houver problemas ou surgir uma situação em que as pessoas entram em conflito e as suas vidas estão em risco, disparem sobre elas”, disse Duterte. “Em vez de criares problemas, mando-te para a sepultura” acrescentou.

As Filipinas até agora registaram 2.311 casos de pessoas infetadas e 96 óbitos por Covid-19. Entretanto, o país começou a aumentar a quantidade de testes realizadas, sendo expectável que o número de infeções confirmadas aumente.

Duterte chegou ao poder numa vitória por números expressivos nas eleições de 2016 e é conhecido internacionalmente pelas suas afirmações polémicas e pela repressão ao tráfico de droga no país, reunindo o apoio maioritário dos filipinos.

Os comentários mais recentes do presidente das filipinas foram repreendidos imediatamente por grupos de direitos humanos, que pediram ao governo que forneça os mantimentos necessários à população, em vez de emitir ameaças de violência.

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