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Fim das moratórias: E agora?

Com o fim das mesmas, muitas famílias vão ser chamadas a voltar aos valores originais, embora possam não ter recuperado os rendimentos nas mesmas proporções. E agora o que fazer? Leia os conselhos de João Morais Barbosa, administrador Reorganiza.
29 Setembro 2020, 08h05

Durante alguns meses foi dada oportunidade às famílias que perderam rendimentos de aliviarem os seus encargos mensais através das moratórias de crédito privadas. Mas, com o fim das mesmas, muitas famílias vão ser chamadas a voltar aos valores originais, embora possam não ter recuperado os rendimentos nas mesmas proporções. E agora o que fazer?

Não entre em pânico:

Nestes últimos meses teve oportunidade de rever e reajustar as suas despesas, pelo neste momento já deve conhecer muito bem a sua real situação e o impacto que a redução de rendimentos teve no seu orçamento mensal. Simultaneamente, sabia que este dia iria chegar e teve tempo de se preparar para os encargos que chegariam.

Analise todas as opções:

Carência de capital: A prestação de um crédito é composta pela amortização do capital em dívida e pelo pagamento dos juros. Se estiver em situação de dificuldade financeira pode pedir uma carência de capital e ficar a pagar apenas os juros. É certo que esta é uma medida pontual e que irá durar pouco tempo, entre 6 a 24 meses, mas poderá fazer toda a diferença.

Aproveite a queda das taxas de juro:

Esta é a altura ideal para reorganizar as suas finanças pessoais. Os bancos estão atentos a situações de fragilidade financeira e acabam também por estar preocupados com o previsível aumento do incumprimento dos contratos de crédito. Por outro lado, as taxas de juro têm vindo a cair de forma consistente, estando já as taxas EURIBOR em mínimos de sempre (negativas).

Consolide os seus créditos:

Peça um crédito para liquidar todos os créditos que tem. Desta forma, consegue prolongar os prazos dos créditos, e também reduzir as taxas de juro praticadas, especialmente quando existem vários cartões de crédito. A conjugação do aumento do prazo e redução das taxas de juro pode ou não representar um aumento dos juros a pagar ao longo do contrato. No entanto, o mais importante é conseguir pagar as suas prestações todos os meses de modo a evitar o incumprimento.

Consolide os créditos na sua casa:

Pode também utilizar o valor do seu imóvel para consolidar os vários créditos que tem, tirando partido do atual estado do mercado imobiliário (os preços não têm parado de subir), conseguindo assim ter uma garantia que os bancos valorizam. No caso da consolidação com hipoteca poderá fazer uso de um prazo de crédito muito dilatado ao mesmo tempo que tem as taxas de juro mais baixas do mercado. Por outro lado, pode ainda rever os seguros do seu crédito habitação e com isso poupar ainda mais dinheiro.

 

Como vê, existem muitas alternativas que nos permitem poupar e continuar a cumprir com as responsabilidades mensais. Em caso de dúvida, consulte especialistas financeiros e assuma as rédeas das suas finanças. Informe-se, procure ajuda e garanta a segurança e a estabilidade financeira que sempre sonhou.

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