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Fintech portuguesa Raize prepara entrada na Bolsa de Lisboa em 2018

A colocação será feita num dos mercados da Euronext Lisbon: “Euronext Access” ou a “Euronext Growth”. A oferta será dirigida a investidores de retalho e institucionais, e o valor da oferta será inferior a cinco milhões de euros.
15 Novembro 2017, 18h31

A fintech portuguesa que gere a maior bolsa nacional de empréstimos a PME, Raize, liderada por José Maria Rego, António Marques e Afonso Eça (fundadores da empresa),  prepara uma oferta pública inicial (IPO) para 2018. A colocação será feita num dos mercados da Euronext Lisbon: “Euronext Access” ou a “Euronext Growth”, anunciou a empresa em comunicado

A oferta será dirigida a investidores de retalho e institucionais. Segundo o comunicado da fintech a oferta não precisa de aprovação de prospeto por parte da CMVM, uma vez que o valor de Oferta será inferior a  5 milhões de euros (segundo o artigo 111.º, n.º 1, alínea i, do Código dos Valores Mobiliários).

O objetivo da colocação em bolsa é abrir a plataforma a mais investidores nacionais e aumentar a capacidade de investimento nas empresas portuguesas. A Raize já iniciou contactos junto da Euronext Lisbon, revela a empresa

Um dos principais objetivos da Raize com esta operação é alargar a base acionista, que além dos fundadores da empresa, conta com a participação de investidores nacionais como a SIMUM SGPS, PARTAC SGPS e a Parinama SGPS, que estão ligadas às famílias Champalimaud e Salvador Caetano, e o investidor Luís Delgado, ex-dono da revista Time Out em Portugal, que deu origem ao projeto no mercado da Ribeira.

“A Raize conta com mais de 14 mil investidores que já investiram em mais de 500 operações de mercado. No total, os investidores investiram mais de 10 milhões de euros que serviram para ajudar empresas a investir e reforçar a sua tesouraria. A Raize quer agora dar o próximo passo e abrir portas ao outro mercado de capitais – a bolsa de Lisboa”, anunciou a empresa.

No comunicado José Maria Rego, “a Raize está totalmente preparada para este novo desafio, tanto ao nível do modelo de negócio como da capacidade de cumprimento de todos os requisitos. Em termos regulatórios, a Raize opera uma instituição de pagamentos que é supervisionada pelo Banco de Portugal. Com a entrada em Bolsa, a empresa estaria também sujeita à supervisão da CMVM.”

O volume de atividade da Raize cresceu mais de 150% num ano, segundo diz a empresa. “O crescimento é para manter. Somos hoje um dos financiadores de referência das micro empresas em Portugal e uma das melhores alternativas de investimento para particulares. Vamos continuar a inovar no mercado, a lançar novos serviços o que nos vai ajudar a manter este ritmo de crescimento e ganhar ainda mais quota de mercado”, refere José Maria Rego.

“Alargar a base acionista a novos investidores nacionais é um passo estratégico para a Raize”, referem no comunicado os responsáveis da Raize. “Quando olhamos para trás, a ida para a bolsa do BCP em 1987 foi um dos fatores que ajudou a que o banco se tornasse hoje no maior banco privado português. Recebemos contactos semanais de investidores que querem ser acionistas da Raize. Por todos estes motivos, achamos que este é um passo natural para a empresa.”

Segundo Afonso Eça, no comunicado, “esta é uma excelente oportunidade para reativarmos o mercado de “IPOs” em Portugal” diz ao mesmo tempo que recorda que o mercado de capitais em Portugal tem estado dormente nos últimos anos. “Não há razão nenhuma para não haver mais empresas portuguesas cotadas na Bolsa. É preciso dinamizar novamente este mercado. A economia portuguesa só tem a ganhar, um mercado de capitais forte e dinâmico é essencial para o crescimento do país”, acrescenta o fundador da fintech.

O que é a Raize?
A Raize é a maior bolsa de empréstimos nacional. Através da Raize os investidores emprestam diretamente às empresas. Desde do seu lançamento em Portugal, a Raize já realizou mais de 500 operações de financiamento junto de micro e pequenas empresas com um valor total superior a 10 milhões de euros. A plataforma tem atualmente mais de 14 mil investidores.
Todas as operações de pagamentos, transferência e receção de fundos e cobranças são asseguradas pela Raize Serviços de Gestão, uma instituição de pagamentos autorizada e supervisionada pelo Banco de Portugal.

A Euronext Access+, é  um compartimento do mercado desenhado pela Euronext Lisboa para as startups e pequenas e médias empresas. Esta aposta faz parte de um conjunto de medidas que a operadora bolsista anunciou para facilitar o acesso da economia real ao financiamento por via dos mercados de capitais.

Ao todo são foram quatro as novidades que a Euronext  implementou para reforçar a ligação entre empresas e mercados de capitais. A mudança nas designações dos vários mercados da Euronext: a Easynext passou a designar-se Euronext Access, que funcionará como a principal porta de entrada para as empresas que queiram ir para a bolsa de uma forma simplificada; e o Alternext passou a Euronext Growth, um mercado mais direcionado às médias capitalizações.

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