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Firmas de ‘private equity’ estão mais bem posicionadas para crescer nos próximos 12 meses

A conclusão é da 9ª edição do European M&A Outlook, elaborado pela sociedade de advogados CMS e pela Mergermarket, e divulgado esta terça-feira. “As private equity internacionais com muita liquidez encontram em Portugal ativos interessantes”, diz ao JE o sócio João Caldeira.
14 Setembro 2021, 18h19

A grande maioria dos investidores e assessores de negócios (71%) considera que as firmas de private equity estão mais bem posicionadas do que as grandes empresas ou grupos corporativos para aproveitar as oportunidades de aquisições que advieram da Covid-19, concluiu um estudo publicado esta terça-feira pela sociedade de advogados internacional CMS e pela Mergermarket.

O advogado João Caldeira, sócio de Corporate/M&A da CMS Rui Pena & Arnaut (CMS RPA) explicou, em entrevista ao Jornal Económico (JE), que em causa está o facto de quer antes que durante esta pandemia, as sociedades de private equity terem atingido valores recorde no levantamento de fundos disponíveis para aquisições.

“As aquisições foram suspensas no período imediatamente após o surgimento da pandemia, em resultado do elevado nível de incerteza quanto à extensão, sem precedentes, desse impacto, em termos quantitativos e temporais”, começa por explicar. “Com o controle progressivo da pandemia, as sociedades de private equity estão pressionadas para realizar investimentos significativos num prazo relativamente curto, pelo que têm estado, e continuarão a estar num futuro próximo, muito ativas e atentas a oportunidades de aquisições”, detalha o advogado.

De acordo com a 9º edição do “European M&A Outlook”, a pandemia também demonstrou como a lucratividade dos negócios está intrinsecamente ligada à saúde pública e à estabilidade social e ambiental, levando os gestores a incorporar critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) nas suas estratégias de fusões e aquisições (M&A).

Aliás, 72% dos participantes neste inquérito que envolveu 330 empresas em todo o mundo espera que o escrutínio ESG aumente ao longo dos próximos três anos e 65% prevê que a due diligence se concentrará mais nestes fatores ESG nesse período.

O relatório dá ainda uma visão mais positiva do que no período homólogo: mais de metade 53% dos inquiridos espera que a atividade de M&A na Europa aumente no próximo ano, quando em 2020 eram apenas 2% (78% preparavam-se para quedas).

João Caldeira não tem dúvidas de que a economia mundial entrou numa fase de recuperação devido ao alívio ou fim (no caso de países como a Dinamarca) das restrições e ao avanço no processo de vacinação. O jurista espera que essa retoma persista ao longo deste segundo semestre e em 2022, para que o mercado transacional se mantenha consistente e em crescimento – até porque já se está a notar “um incremento robusto na atividade de M&A noutros sectores” que não estão diretamente associados à situação epidemiológica, defende.

“Além do interesse recorrente de investidores espanhóis, que veem Portugal como uma extensão natural do mercado ibérico, nota-se a existência de investidores de outras jurisdições por ativos de maior relevância e dimensão. Verifica-se um interesse crescente de casas de private equity internacionais, que detêm muita liquidez por aplicar em prazos relativamente curtos”, diz o sócio da CMS RPA ao JE.

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