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Fladgate Partnership investe 112,5 milhões em várias frentes

O grupo que responde pelas marcas Taylor’s e Fonseca, entre outras, é um dos mais ativos no turismo do Norte. O próximo investimento, no Vintage House, já está a ser equacionado, talvez para 2020.
Foto cedida
29 Novembro 2017, 07h05

A The Fladgate Partnership – empresa líder do segmento dos vinhos do Porto especiais, responsável por marcas como a Taylor’s, Fonseca, Croft e Krohn – é neste momento um dos maiores operadores turísticos da região norte, com investimentos previstos da ordem dos 112,5 milhões de euros, num esforço de consolidação do grupo, a que se juntam ainda mais 30 milhões de euros no segmento particular do vinho.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, Adrian Bridge, diretor-geral do grupo, explicou que a Fladgate Partnership “é um grupo em que o vinho continua a ser o primeiro negócio”, funcionando o turismo como uma espécie de ‘gabinete de marketing’, através do qual “queremos fazer uma ligação emocional ao Vinho do Porto, de forma a que os consumidores se transformem em embaixadores”. Nesse quadro, “o turismo é entendido por nós não como uma forma de alojar as pessoas, mas de lhes proporcionar uma experiência”.

Essa experiência obriga a investimentos e é isso que o grupo está a fazer. O grosso do agregado dos investimentos previstos é o enorme projeto World of Wine, onde o grupo gastará 100 milhões de euros para “criar um enorme complexo cultural, de retalho e restauração, numa área do casco histórico de Gaia com mais de 30 mil metros quadrados e que criará 350 postos de trabalho” – como o Jornal Económico referiu aquando do seu lançamento.

Junto a esse enorme espaço, que deverá estar pronto em 2020, o grupo está a investir cinco milhões de euros na extensão do Hotel Yeatman – neste momento constantemente esgotado –, que passará a contar com mais 26 quartos ‘lançados’ sobre o rio Douro. Inglaterra, França, Estados Unidos e Portugal são, por esta ordem, os mercados que mais procuram o hotel – sendo o mercado espanhol o único que não atingiu as expetativas iniciais.

Do outro lado do rio, o grupo comprou recentemente o Hotel Infante de Sagres ao grupo Lágrimas – o primeiro e mais emblemático hotel ‘art nouveau’ da cidade –, mas entretanto adquiriu o quarteirão traseiro, que entrou em obras há menos de 15 dias (o hotel vai fechar durante cinco meses). Segundo disse Adrian Bridge, as obras permitirão acrescentar mais 17 quatros aos 70 existentes, com a fatura final do projeto a crescer até aos 7,5 milhões de euros.

No complexo do Infante de Sagres, e no local onde se encontra atualmente em funcionamento o restaurante Book, surgirá o primeiro Vogue Café em território nacional – do grupo Condé Nast, que está presente em Berlim no Dubai, Doha, Kiev, Moscovo e Banguecoque.

Para Adrian Bridge, o setor do turismo na cidade continua no radar de investimentos futuros do grupo, mas o seu diretor-geral está consciente de que os valores estão sobreaquecidos – mas isso é uma situação que não poderá continuar indefinidamente, até porque a multiplicação de projetos, nomeadamente no que tem a ver com pequenos hotéis, vai acabar por gerar boas oportunidades “daqui a três ou quatro anos”.

O Vintage House

Depois destes projetos estarem concluídos, Adrian Bridge já pensou no que vem a seguir: o Vintage House, hotel emblemático do Pinhão, que faz parte dos ativos do grupo. Ainda sem estar contabilizado em termos de investimento, a Fladgate Partnership quer aumentar o número de quartos para um total de 75 e estender para a marginal ao longo do rio (entretanto adquirida) o espaço de lazer e de aproveitamento para outros fins turísticos.

Todos estes investimentos, principalmente o que tem a ver com o World of Wine, fizeram com que o grupo deslocalizasse as linhas de enchimento e os armazéns para fora do casco histórico de Gaia. Isso obrigou à compra de um espaço externo ao casco histórico, tendo o grupo acabado por adquirir, em 2011, as antigas instalações da Real Companhia Velha (que entretanto se tornou arrendatária dos novos donos), por 21 milhões de euros.

Nos cerca de 100 mil metros quadrados adquiridos (“uma pequena aldeia”), foram entretanto investidos mais nove milhões nas diversas fases do processo de produção e engarrafamento do vinho do Porto. Mas, mesmo aqui, o turismo está sempre presente: o investimento vai também permitir a criação de um espaço de eventos – rodeado por pipas e tuneis – para mais de 700 pessoas.

Por iniciativa própria, o The Fladegate Partnership gastou nos últimos anos 3,5 milhões de euros na promoção dos destinos turísticos Porto e Douro vinhateiro.

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