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Fluxo de gás para a Europa através da Ucrânia mantém-se estável

A empresa energética austríaca, um dos parceiros mais antigos da Gazprom, confirmou às agências Bloomberg e DPA que as entregas de Gazprom foram “reduzidas a zero” desde as 06:00, tal como havia anunciado, esta sexta-feira, a empresa russa.
16 Novembro 2024, 18h17

A empresa de gás russa Gazprom PJSC continua a enviar níveis normais de gás para a Europa através da Ucrânia, apesar da suspensão do fornecimento a um dos seus parceiros, a austríaca OMV AG, esta manhã.

A empresa energética austríaca, um dos parceiros mais antigos da Gazprom, confirmou às agências Bloomberg e DPA que as entregas de Gazprom foram “reduzidas a zero” desde as 06:00, tal como havia anunciado, esta sexta-feira, a empresa russa.

Esta decisão da Gazprom é uma resposta ao anúncio feito na quarta-feira pela OMV, que declarou a sua intenção de recuperar 230 milhões de euros em prejuízos, acrescidos de juros e custos, em relação ao fornecimento irregular de gás alemão da Gazprom Export em 2022 , na sequência da sentença arbitral a seu favor da Câmara de Comércio Internacional (ICC).

O impacto da medida para o mercado de gás europeu pode ser limitado, pelo menos para já, uma vez que os fluxos russos em toda a região continuam normalmente.

A Gazprom fornece gás através da Ucrânia, de onde viaja para a Eslováquia para consumo próprio, bem como para a Áustria e outros países vizinhos.

A empresa russa de gás limitou-se a confirmar hoje que “os fluxos de tráfego através da Ucrânia permaneceram nos níveis habituais”, sem acrescentar mais informação.

Os dados do operador de transporte de gás da Eslováquia, Eustream, mostram que os fluxos da Ucrânia para a Eslováquia continuam normalmente no ponto fronteiriço de Velke Kapusany, tal como os fornecimentos da Eslováquia para a Áustria em Baumgarten.

A OMV garantiu, por seu lado, que tem capacidade para cumprir as obrigações de abastecimento até 2025, e mais além, através de fontes alternativas, caso seja suspenso o fornecimento russo.

A empresa está a produzir a partir de ativos próprios na Noruega e a comprar mais gás natural liquefeito, segundo disse o seu diretor executivo, Alfred Stern, na quinta-feira.

A Áustria poderia acelerar a utilização de inventários nacionais, que já tinham descido abaixo dos níveis observados nos dois anos anteriores, na mesma época do ano, numa altura de clima mais frio.

“Para este inverno, o fornecimento de gás está garantido”, acrescentou o antigo diretor executivo da OMV, Gerhard Roiss, numa entrevista à rádio pública austríaca ORF, citado pela Europa Press.

A Rússia vai deixar de fornecer gás à Áustria a partir de hoje, anunciou na sexta-feira o grupo austríaco de petróleo e gás OMV, na sequência de um litígio judicial com a empresa estatal russa Gazprom.

A OMV disse que a Gazprom informou que as entregas de gás seriam interrompidas a partir de hoje, decisão que coloca um fim a quase seis décadas de dependência energética por parte da Áustria, que ainda este verão importou 90% do seu gás da Rússia, parte dele através da Ucrânia.

“A Rússia está mais uma vez a usar a energia como uma arma”, reagiu a ministra austríaca do Ambiente e da Energia, Leonore Gewessler, na rede social X.

“A Áustria prepara-se há muito tempo para esta situação”, acrescentou a ministra, explicando que o fornecimento de energia à população está garantido, com tanques de armazenamento cheios, com a capacidade oferecida pelos gasodutos de Itália e da vizinha Alemanha.

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