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FMI insiste com Israel para que aprove o Orçamento de 2021

A demora na aprovação do Orçamento para o próximo ano – envolta em questões de política interna – está a deixar o organismo internacional desconfortável. O FMI quer ver as contas aprovadas em pouco tempo.
19 Novembro 2020, 17h55

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu esta quinta-feira ao governo israelita que aprovasse rapidamente o Orçamento para 2021, para ajudar a posicionar a economia no sentido do crescimento e dando resposta às consequências da pandemia.

Uma “aprovação imediata” do Orçamento “ajudaria a priorizar os gastos, posicionar a economia para o crescimento e reduzir a incerteza económica associada à pandemia”, escreve o FMI num resumo do relatório de 2020 sobre a economia do Estado judaico e enviado ao banco central israelita. O relatório é apenas um resumo do que o FMI enviará em dezembro próximo, que poderá ser bastante mais duro se o governo de Benjamin Netanyahu perder o mês de novembro em negociações que estão a desesperar o parceiro de coligação, o ministro da Defesa Benjamin Gantz.

O FMI admite que as medidas implementadas por Israel para conter as consequências económicas da pandemia conseguiram acalmar os mercados e “limitar os danos”, mas avança que “os riscos para a economia israelita são sem precedentes”, com o PIB a entrar em recessão e o desemprego a manter-se acima dos 10%. A economia israelita deve contrair 5% no final deste ano.

O FMI diz ainda que “o maior número de desempregados entre os trabalhadores de baixos salários provavelmente agravará ainda mais a já elevada desigualdade de rendimentos do país”, o que inevitavelmente atrasará a recuperação.

Mas, internamente, o problema é político: Gantz tem-se queixado de que Netanyahu está deliberadamente a atirar o país para uma crise política, com a intensão de provocar novas eleições – as quartas em menos de dois anos – ganhando assim mais tempo para se manter como primeiro-ministro.

O ministro da Defesa – líder da coligação que até entrar para o governo era a testa de ferro da oposição a Netanyahu – tem dito que a colaboração entre os dois parceiros do governo está praticamente inativa e que Netanyahu está a governar cada vez mais sob claros sintomas de autocracia.

Se até ao final do ano o governo não conseguir ter pronto o Orçamento, será automaticamente destituído e o presidente terá de marcar novas eleições.

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