Os norte-americanos perderam rendimentos devido à Covid-19, mas os multimilionários viram as suas fortunas aumentar durante a pandemia, aponta o novo estudo “Billionaire Bonanza” do Institute for Policy Studies, citado pela “CNN”.
Jeff Bezos, dono da Amazon, Bill Gates, fundador da Microsoft, e Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, amealharam fortunas desde que a pandemia começou a obrigar os países a isolarem-se uns dos outros. O relatório que denota as desigualdades entre os americanos mostra de os 643 norte-americanos mais ricos arrecadaram 845 mil milhões de dólares (712,7 mil milhões de euros) em ativos combinados, aumentando a sua riqueza em 29%.
De acordo com o estudo, o rápido aumento da riqueza fez com que o património líquido total entre os multimilionários passasse dos 2,95 biliões para os 3,8 biliões de dólares (2,49 biliões para 3,2 biliões de euros). Entre os que mais ganharam encontra-se o nome de Elon Musk, CEO da Tesla, Larry Ellison, CEO da Oracle, e Michael Bloomberg, fundador da agência com o mesmo nome e ex-presidente da cidade de Nova Iorque.
“Teria pensado que, talvez seis meses depois, as coisas teriam piorado e que todo o mundo seria atingido”, disse o diretor do Instituto de Estudos Políticos à “CNN”. “A diferença é gritante entre os lucros dos multimilionários e a miséria económica geral da nossa nação. Isso dramatiza o sacrifício desigual e o elemento de lucro da acumulação da riqueza”.
Se uns ganharam com a crise pandémica, o diretor responsável pelo estudo garante que também observaram o efeito oposto no trabalhador norte-americano. Em fevereiro, os Estados Unidos entraram em recessão, o que deu início a uma crise de desemprego, a pior desde a Grande Depressão (após a queda da Bolsa), com a taxa de desemprego a atingir os 14,7% no mês de abril, perdendo 11,5 milhões de empregos desde que a Covid-19 chegou ao território norte-americano. Ainda assim, em agosto, a taxa de desemprego mostrou uma recuperação, descendo para os 8,4%.
Aumento das fortunas associadas à Bolsa
Fundadores de empresas, os aumentos das fortunas estão ligadas aos ativos que os multimilionários detêm na Bolsa de Nova Iorque, principalmente as suas empresas. Por exemplo, a fortuna de Jeff Bezos está intimamente ligada à Amazon, cujas ações aumentaram mais de 60% desde o início do ano, aumentando a fortuna do fundador da Amazon em 55,2 mil milhões de dólares (46,5 mil milhões de euros).
De facto, apesar de ir somando dinheiro, o fundador do site de comércio eletrónico voltou a assegurar a sua posição como homem mais rico do mundo na lista da Forbes e da Bloomberg, sendo que a empresa também a primeira empresa da História a atingir uma valorização de 200 mil milhões de dólares (168,6 mil milhões de euros).
A família que fundou o comércio Walmart viu a sua fortuna crescer mais de 60 mil milhões de dólares (50,6 mil milhões de euros) desde o mês de fevereiro, uma vez que o lucro do retalhista aumentou perto de 80% este ano para os 6,4 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) no segundo trimestre.
O fundador da Tesla e da Space X, que realizou a sua primeira viagem pilotada por homens ao espaço, viu a sua fortuna aumentar 70 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros), ultrapassando muitos milionários e colocando-se em terceiro lugar dos mais ricos, apenas atrás de Bezos e Gates.
Elon Musk juntou-se também a Jeff Bezos, Bill Gates e Mark Zuckerberg como ‘centibilionário’, ou seja, tornou-se a quarta pessoa do mundo a atingir uma fortuna conhecida superior a 100 mil milhões de dólares (84,3 mil milhões de euros).
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