[weglot_switcher]

Fórum para a Competitividade prevê PIB a desacelerar no segundo trimestre

O Fórum para a Competitividade estima que terá havido uma ligeira desaceleração da economia portuguesa no segundo trimestre, de 0,8% para entre 0,5% e 0,8% em cadeia e de 1,5% para entre 1,9% e 2,2% em termos homólogos. E aponta o dedo à elevada incerteza em torno do Orçamento do Estado para 2025.
3 Julho 2024, 16h22

O Fórum para a Competitividade estima que “terá havido uma ligeira desaceleração da economia portuguesa no 2º trimestre, de 0,8% para entre 0,5% e 0,8% em cadeia e de 1,5% para entre 1,9% e 2,2% em termos homólogos”, avança na nota de conjuntura divulgada esta quarta-feira, onde sinaliza que, em termos políticos nacionais, “há uma elevada incerteza sobre o orçamento de 2025”.

A entidade liderada por Ferraz da Costa recorda que o Fórum antecipava que o segundo semestre traria um desempenho mais dinâmico, mas isso, sublinha, “perdeu força, quer pelo melhor desempenho do primeiro semestre, quer pelas sombras sobre a segunda metade do ano”. Avisa assim que os próximos trimestres estão ensombrados por riscos orçamentais e políticos em Portugal, nomeadamente a “elevada incerteza” em torno do Orçamento do Estado para 2025, mas também em França e nos EUA.

Explica que o primeiro semestre deverá terminar com um crescimento homólogo já próximo dos 2%, criando condições para uma variação anual acima daquele valor e que os consumidores terão antecipado parte dos benefícios das descidas de taxas de juro pelo BCE, ainda antes de estas se concretizarem.

No segundo semestre, defende, por seu turno, as condições para novos alívios monetários têm vindo a enfraquecer, pelo que o estímulo que se esperava desse lado deverá ser menor, quer em Portugal, quer no resto da zona euro. E sinaliza também elevada incerteza” em torno do Orçamento do Estado para 2025.

O Fórum alerta que a proposta original do OE2025 até pode vir a ser aprovada na generalidade, para depois ser “desfigurada na especialidade”, recordando que no próximo Orçamento do Estado regressam as regras orçamentais europeias, o que, diz, “poderá constituir um travão importante à capacidade da oposição de adulterar a versão inicial”. No entanto, considera que “não é claro que existam os mecanismos institucionais suficientes para isso, e ainda menos que a sua aplicação seja eficaz”.

Para o Fórum isso irá poderá colocar o governo num dilema muito difícil: ou aceita governar com um orçamento “desvirtuado” ou apresenta a demissão. “Em qualquer dos casos, teremos tensões políticas significativas, com potencial para ter um impacto visível sobre a economia”, frisa.

A nível internacional defende que as incertezas políticas não são menores, em particular através de França e dos EUA. Em França, as baterias são apontadas à segunda ronda das eleições intercalares, podendo, diz, gerar um parlamento com dificuldade em formar um governo ou com uma extrema-direita “pouco cooperativa” com a UE, podendo conduzir a uma “paralisia comunitária”.

Recorda ainda as eleições presidenciais norte-americanas de novembro que, antecipa, arriscam-se a reeleger Trump, que defende políticas “prejudiciais” à UE. “Por um lado, teme-se o aprofundamento de um conflito comercial e, por outro, a redução do apoio à NATO e à Ucrânia, deixando uma fatura muito significativa nas mãos dos europeus.

Em resumo, temos um segundo semestre com sombras políticas extensas, que poderão arrefecer o desempenho económico de Portugal”, explica.

Segundo o Fórum para a Competitividade, os próximos trimestres estão, assim, “ensombrados” por riscos orçamentais e políticos em Portugal, mas também em França e nos EUA.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.