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Forum para a Competitividade projeta contração da economia entre 9% a 15% este ano

O Forum para a Competitividade considera ser “altamente provável que haja, em geral, uma forte contracção da procura de férias fora de casa, quer de nacionais, quer de estrangeiros”, que deverá ocorrer paralelamente a uma diminuição das viagens de lazer dos portugueses ao estrangeiro.
1 Junho 2020, 12h45

O Forum para a Competitividade agravou o intervalo de previsão de recessão para entre 9% a 15% este ano, face aos 4% a 8% que previa em abril. Na nota de conjuntura de maio, publicada esta segunda-feira, os economistas antecipam uma redução “gradual e parcial” em 2021.

“Em Portugal, os dados muito negativos de abril e maio; os grandes atrasos nos empréstimos e ajudas públicas; as mensagens contraditórias que estão a travar o desconfinamento; a maior lentidão esperada na recuperação internacional levam o Forum para a Competitividade a rever em forte baixa as suas estimativas para 2020, perspectivando agora um PIB com uma evolução entre -9% e -15%”, justifica.

Na nota acrescenta que “estas perspectivas estão muito dependentes do turismo, um dos sectores mais afectados e sobre o qual pendem as maiores incertezas. Há, sobretudo, duas possibilidades benignas, que é razoável considerar, mas cujo impacto é muito difícil de quantificar”.

O Forum para a Competitividade considera ser “altamente provável que haja, em geral, uma forte contracção da procura de férias fora de casa, quer de nacionais, quer de estrangeiros”, que deverá ocorrer paralelamente a uma diminuição das viagens de lazer dos portugueses ao estrangeiro, “substituindo-as por estadas no território nacional”, “sublinhe-se que Espanha nem sequer parece ser uma opção razoável”, dizem.

“Aliás, o impacto brutal da pandemia em Espanha (2o maior destino mundial de turismo, com 82,8 milhões de chegadas internacionais) e em Itália (5o maior destino, com 61,2 milhões de chegadas) fazem prever uma queda drástica das viagens para estes destinos. Assim sendo, desde que seja feita uma campanha significativa e eficaz, Portugal (22,8 milhões de chegadas) poderá beneficiar de algum do desvio de tráfego que iria para aqueles países”, frisam.

Os economistas salientam que Portugal está a viver “uma situação ímpar, de uma crise sanitária se transformar, abruptamente, numa crise económica”.

Considera que é “muito significativo” o “atraso nos apoios públicos, desde os pagamentos de lay-off, aos empréstimos às empresas (só 28% do crédito aprovado chegou às empresas), aos pagamentos a fornecedores (que subiram quando deveriam ter baixado drasticamente) e até nos reembolsos de IRS”.

“Como é evidente, dada a natureza excepcional desta crise, estas demoras estão a agravar a recessão em curso”, vincam.

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