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França: Eleitores votam em legislativas antecipadas com extrema-direita favorita

Nestas eleições estão em causa os 577 lugares da Assembleia Nacional (parlamento). Caso nenhum partido consiga hoje mais de 50% dos votos (ou seja, pelo menos 289 eleitos) – um cenário provável -, haverá uma segunda volta, já marcada para o próximo domingo, dia 7 de julho.
4 – França (2,4 mil toneladas)
30 Junho 2024, 09h04

Os franceses são chamados, este domingo, a votar em legislativas antecipadas, numas eleições que serão marcadas pela subida da extrema-direita e que podem mergulhar França num cenário de instabilidade.

Nestas eleições estão em causa os 577 lugares da Assembleia Nacional (parlamento). Caso nenhum partido consiga hoje mais de 50% dos votos (ou seja, pelo menos 289 eleitos) – um cenário provável -, haverá uma segunda volta, já marcada para o próximo domingo, dia 7 de julho.

As legislativas, que deveriam acontecer apenas em 2027, foram convocadas de forma surpreendente pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (RN, de extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho.

As mais recentes sondagens, publicadas na sexta-feira, último dia de campanha eleitoral, davam conta de uma subida da extrema-direita, que poderá obter 37% dos votos, juntamente com os seus aliados conservadores.

Em segundo lugar, a nova Frente Popular, que reúne os partidos de esquerda, obteria 28% dos votos. Já a maioria cessante do Presidente francês acentuaria a sua queda, situando-se nos 20%.

Os Republicanos (LR), o partido tradicional de direita, registou uma cisão liderada pelo seu presidente, Éric Ciotti, que se aliou a Marine Le Pen e a Jordan Bardella, do RN.

Se a vitória da extrema-direita nestas eleições parece certa, já o cenário pós-eleições gera mais dúvidas: caso não haja maiorias claras e se os partidos falharem acordos para uma coligação governamental, pode verificar-se um impasse, uma situação inédita em França.

Um cenário que poderia prolongar-se até julho de 2025, já que Macron não poderia voltar a convocar eleições legislativas no período de um ano.

Caso outras forças políticas consigam formar governo, instala-se um regime de ‘coabitação’, em que o executivo pode implementar as suas propostas, eventualmente desviando-se da política do Presidente.

Mesmo desafiado por Marine Le Pen a demitir-se caso a extrema-direita vença as eleições, Macron já garantiu que o seu mandato é para cumprir até ao fim, em maio de 2027.

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