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França pede à UE que sancione os EUA por causa de disputa comercial que envolve Airbus

“Uma coisa deve ficar muito clara para todos. Se as sanções dos EUA forem mantidas e não chegarmos a um acordo global entre os Estados Unidos e a UE, o que queremos e solicitamos novamente à UE é que se deve preparar para responder com sanções também “, disse um governante francês.
13 Agosto 2020, 14h47

O ministro da Economia e Finanças de França, Bruno Le Maire, considera que a União Europeia (UE) deve preparar-se para impor sanções a si mesma se não chegar rapidamente a um acordo comercial com os Estados Unidos. Em causa estão as tarifas extra que Washington impôs a alguns produtos vindos da Alemanha e França para os EUA, como forma de pressionar a UE a resolver a disputa comercial sobre os subsídios ilegais atribuídos à francesa Airbus, em detrimento do rival norte-americano Boeing.

“Uma coisa deve ficar muito clara para todos. Se as sanções dos EUA forem mantidas e não chegarmos a um acordo global entre os Estados Unidos e a UE, o que queremos e solicitamos novamente à UE é que se deve preparar para responder com sanções também “, disse Bruno Le Maire esta quinta-feira, citado pela agência Efe.

“Não há razão para a UE ser vítima de sanções quando cumpre integralmente as regras da Organização Mundial do Comércio [OMC]. Queremos uma resolução rápida deste diferendo. Se não houver, a UE deve estar preparada para responder. firme e conjuntamente “, acrescentou.

O Governo dos EUA anunciou na quarta-feira uma “modesta modificação” da lista de produtos europeus sujeitos a tarifas alfandegárias, excluindo alguns gregos e britânicos e incluindo outros alemães e franceses, mantendo a taxa entre 15% e 25%. Esta modificação entra em vigor em 1 de setembro.

“A União Europeia e os Estados-membros não tomaram as ações necessárias para cumprir com as decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, indicou o representante dos EUA para o Comércio Externo, Robert Lighthizer, em comunicado.

Apesar das tarifas extra para França e Alemanha, Lighthizer adiantou que os EUA vão começar “um novo processo para alcançar” uma solução “duradoura” com a UE.

A decisão de Washington foi tomada apesar de a Airbus ter informado, em junho, que renunciava às condições preferenciais nos subsídios concedidos por Espanha e França para a construção do seu avião A350, que foram considerados pela OMC como ajudas ilegais.

O comissário europeu do Comércio, Phil Hogan, já tinha pedido à Casa Branca que retirasse as tarifas, por as considerar “injustificadas”. Mas o apelo não surtiu efeito.

Quando a disputa comercial surgiu entre a UE e os EUA, a OMC decidiu a favor de Washington.

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