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Francisca Guedes de Oliveira: “Continua a haver uma falta de recursos no SNS”

A professora auxiliar da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa (UCP) Francisca Guedes de Oliveira critica a “falta de ambição e arrojo” da proposta orçamental apresentada pelo Governo, mas reconhece benefícios na “gestão prudente” das contas públicas.
  • Este é o OE que o país precisa? – Francisca Guedes de Oliveira, professora Auxiliar da Católica
30 Janeiro 2020, 12h59

A professora auxiliar da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa (UCP) Francisca Guedes de Oliveira afirmou esta quinta-feira que continua a haver “falta de recursos” no Serviço Nacional de Saúde (SNS), apesar do aumento da dotação orçamental para este ano. A economista critica a “falta de ambição e arrojo” da proposta orçamental, mas reconhece benefícios na “gestão prudente” das contas públicas.

“[O SNS] tem mais recursos do que tinha, mas a exigência do sistema também é maior do que era. Continua a ser evidente para mim que continua a haver uma falta de recursos no SNS, mesmo que tenha havido um aumento do orçamento e dos recursos humanos”, afirmou a professora auxiliar da Faculdade de Economia e Gestão da UCP, na conferência sobre o OE2020 organizada em conjunto pelo Jornal Económico e pela EY.

O Governo veio anunciar, com a apresentação da proposta orçamental, o início de um “novo ciclo” para o OE2020, com a previsão de mais de 11 mil milhões de euros para a área da saúde, o que se traduz num aumento de 941 milhões face ao orçamento inicial de 2019 (mais 10% no orçamento da saúde). A economista critica, no entanto, “a falta de ambição e arrojo” que o Orçamento de Estado para 2020 (OE2020) apresenta nesta e noutras áreas.

“A trajetória da dívida está relacionada com os juros que pagamos, o défice que temos e com o crescimento do PIB e, mantendo-se” os factores de risco controlados, conseguíssemos baixar o défice para zero, conforme as contas do Governo, isto poderia dar um impulso de 1,9 para 2% de crescimento do PIB e o efeito da dívida era exatamente o mesmo”, explicou Francisca Guedes de Oliveira, salientando que “há alternativas”.

Francisca Guedes de Oliveira elogia, no entanto, a “gestão prudente das contas públicas e a gestão atenta em relação aquilo que é a necessidade de corrigir a trajetória da dívida” que este OE2020 traz.

Sobre as prioridades que devem ser tidas em conta no orçamento para 2021, a economista aponta duas áreas estratégicas: a demografia e as alterações climáticas. Francisca Guedes de Oliveira considera que as medidas ppropostas no OE2020 são “muito tímidas” no que toca à demografia e sublinha: “Aí sim, estamos perto de entrar na idade das trevas que me preocupa por todas as consequências que tem”.

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