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Francisco Assis: “O PS em nenhuma circunstância deveria excluir o diálogo com o PSD”

O presidente do CES considerou que “uma das piores coisas dos últimos anos em Portugal” foi “a excessiva polarização” do debate político, existindo de “certa maneira houve uma radicalização dos dois lados”. 
15 Fevereiro 2021, 22h06

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu que o PS não deve excluir o diálogo com o PSD, mesmo mantendo o diálogo com os partidos da ex-geringonça.

“O PS em nenhuma circunstância deveria excluir o diálogo com o PSD. Isto não significa que não mantenha o diálogo com o Bloco de Esquerda e com o PCP”, disse esta segunda-feira, em entrevista a Miguel Sousa Tavares, na TVI24.

O socialista que foi líder parlamentar do partido entre 1997 e 2002 e entre 2009 e 2011 e chegou mais tarde a contestar, a aproximação do Executivo de António Costa à esquerda, considerou que “na dimensão prática, António Costa é moderado” e que um dos “méritos” do primeiro-ministro foi ter reintroduzido “optimismo” e “confiança” no discurso aos portugueses. Contudo, considera que “ao mesmo tempo, temos que ter um discurso em que não podemos iludir as grandes dificuldades que temos e os grandes problemas que temos”, tecendo elogios ao ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho por “tratar os portugueses como adultos”.

Relativamente à ascensão do populismo nos últimos anos na Europa, Francisco Assis defendeu que “a esquerda democrática e a direita democrática têm a obrigação de combater os respetivos populismos extremistas”, sustentando que “os melhores tempos na Europa foram quando existiu um confronto claro entre uma esquerda moderada, socialista democrata e uma direita moderada, liberal, conservadora, democrata-cristã. Isso foi essencial”.

“Temos que romper com a excessiva polarização do debate político na Europa e também em Portugal”, apelou, vincando o diagnóstico que “essa foi uma das piores coisas dos últimos anos em Portugal: a excessiva polarização. A forma como uma certa direita passou a falar da esquerda e a forma como uma certa esquerda passou a falar da direita. De certa maneira houve uma radicalização dos dois lados”.

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