O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu que o PS não deve excluir o diálogo com o PSD, mesmo mantendo o diálogo com os partidos da ex-geringonça.
“O PS em nenhuma circunstância deveria excluir o diálogo com o PSD. Isto não significa que não mantenha o diálogo com o Bloco de Esquerda e com o PCP”, disse esta segunda-feira, em entrevista a Miguel Sousa Tavares, na TVI24.
O socialista que foi líder parlamentar do partido entre 1997 e 2002 e entre 2009 e 2011 e chegou mais tarde a contestar, a aproximação do Executivo de António Costa à esquerda, considerou que “na dimensão prática, António Costa é moderado” e que um dos “méritos” do primeiro-ministro foi ter reintroduzido “optimismo” e “confiança” no discurso aos portugueses. Contudo, considera que “ao mesmo tempo, temos que ter um discurso em que não podemos iludir as grandes dificuldades que temos e os grandes problemas que temos”, tecendo elogios ao ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho por “tratar os portugueses como adultos”.
Relativamente à ascensão do populismo nos últimos anos na Europa, Francisco Assis defendeu que “a esquerda democrática e a direita democrática têm a obrigação de combater os respetivos populismos extremistas”, sustentando que “os melhores tempos na Europa foram quando existiu um confronto claro entre uma esquerda moderada, socialista democrata e uma direita moderada, liberal, conservadora, democrata-cristã. Isso foi essencial”.
“Temos que romper com a excessiva polarização do debate político na Europa e também em Portugal”, apelou, vincando o diagnóstico que “essa foi uma das piores coisas dos últimos anos em Portugal: a excessiva polarização. A forma como uma certa direita passou a falar da esquerda e a forma como uma certa esquerda passou a falar da direita. De certa maneira houve uma radicalização dos dois lados”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com