Francisco Calheiros, Presidente da Confederação do Turismo de Portugal, deu uma entrevista ao programa Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios.
“O turismo na Páscoa pode vir a superar os números do ano passado e, considerando as reservas para o Verão, o ano de 2025 poderá ser melhor do que o de 2024”, afirma o presidente da Confederação que fala numa “ótima Páscoa”.
Francisco Calheiros espera um ano de 2025 “acima ligeiramente” de 2024.
O presidente da CTP nega que o aumento dos preços, nomeadamente dos alojamentos, esteja a afastar o turista português que continua a estar no primeiro lugar ao nível da procura, com 30% do total das dormidas, mas admite que as “maiores correções de preço já estão feitas” e que, de futuro, os “aumentos irão acompanhar a inflação”.
Relativamente aos turistas norte-americanos, que neste momento já estão em 2º lugar no ranking das dormidas, Francisco Calheiros refere que, no curto prazo, não há baixa de reservas dos EUA, mas no médio e longo prazo, se não houver bom senso, “claro que sim” devido à diminuição de poder de compra.
Sobre o atual momento político, o presidente da CTP diz estar “muito preocupado com o day after” às eleições e a possibilidade de não existir um governo com maioria. Francisco Calheiros lembra que há obras fundamentais para o país que ficam paradas, como o novo aeroporto.
O presidente da Confederação sublinha que tem de existir uma solução intermédia porque não é possível ficar 12 anos à espera do novo aeroporto.
Sobre os programas eleitorais que prometem aumentos de salários mínimos e médios para além do que já estava previsto, Francisco Calheiros considera que “não passam de campanha eleitoral” pois “são valores que não têm que ver com a aderência ao crescimento económico, têm que ver com campanha eleitoral”.
Francisco Calheiros diz que “na prática, em sede de acordo social o que muda sempre é o valor do salário, os outros fatores que impactam com o salário, como a produtividade, são sempre deixados para segundo plano”.
Ainda assim, ao contrário da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), a CTP voltaria a assinar o acordo de rendimentos.
Nesta entrevista, o presidente da CTP revela ainda que já há “bastantes pedidos” de empresas do setor do turismo que pretendem aderir ao sistema da via verde da imigração para a contratação de mão de obra estrangeira.
Francisco Calheiros considera que não é um esquema perfeito, mas, ainda assim, adianta que optou por assinar “porque é melhor ter um acordo do que não ter”. Mostra no entanto reservas sobre a obrigatoriedade de ter habitação para quem vem trabalhar e sobre a celeridade da atribuição dos vistos nos consulados.
Ainda a propósito de habitação e da falta dela, Francisco Calheiros admite que “as autarquias, nos prédios de que sejam proprietárias, optem por fazer habitação a preços acessíveis em vez de vender aos privados para o turismo”, mas discorda que “haja limites à atividade privada sempre que quiserem avançar com um novo empreendimento turístico por causa da falta de habitação”.
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