O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, disse nesta quarta-feira, em entrevista à Rádio Observador, que é preciso apresentar “soluções razoáveis” para cativar o eleitorado que está a ser conquistado pelas “propostas radicais” do Chega. Para o líder partidário, o crescimento eleitoral do partido fundado por André Ventura representa “pessoas que estão desconfiadas de um sistema que não lhes oferece respostas” em temas como a segurança ou a coesão territorial.
“Não acho que estes 500 mil votos em André Ventura sejam todos de pessoas lunáticas ou fascistas”, disse o líder centrista, que conquistou a liderança há um ano, derrotando o deputado João Almeida na corrida à sucessão de Assunção Cristas.
No entanto, Rodrigues dos Santos negou que o resultado eleitoral de Ventura nas presidenciais vá necessariamente ser repetido noutras eleições. “Estes 500 mil votos não têm leitura nas legislativas, como já aconteceu muitas vezes”, disse, recordando que o CDS teve maus resultados nas legislativas depois dos bons resultados de Freitas do Amaral e Basílio Horta.
Desvalorizando as sondagens que já chegaram a dar pouco mais de zero por cento ao seu partido, Rodrigues dos Santos disse estar “empenhado em dar músculo ao CDS” e no que toca às autárquicas garantiu que neste momento “não tem quaisquer reservas” em apoiar a recandidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto, reservando para mais tarde uma posição quanto à Câmara de Lisboa. Mas fechou a porta a avançar para a capital, onde o CDS defende o elevado resultado obtido por Assunção Cristas há quatro anos. “O papel do presidente do partido não é ser candidato a uma câmara municipal”, garantiu.
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