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“Fumar mata”: Jornais norte-americanos inundados com anúncios anti-tabaco

Ordem só agora começará a ser cumprida, com mais de dez anos de atraso, devido à grande quantidade de recursos interpostos pelas companhias de tabaco.
24 Novembro 2017, 19h49

As principais companhias de tabaco dos Estados Unidos (EUA) começaram hoje a publicar anúncios em 50 jornais de destaque para “corrigir” as afirmações enganosas feitas durante anos sobre os efeitos do tabaco, ação que cumpre a ordem judicial de 2006, de acordo com a agência EFE.

Em nota à comunicação social, o Departamento de Justiça norte-americano alertou sobre a iminente “inundação de anúncios nos media norte-americanos durante o próximo ano”.

Hoje, 50 dos jornais mais importantes dos EUA, incluindo o Wall Street Journal, New York Times e Washington Post começarão a publicar anúncios de página inteira que devem “esclarecer” ao público os verdadeiros efeitos do tabaco, diz a nota.

As publicações nos jornais serão feitas durante quatro meses. Além disso, no início da próxima semana e durante um ano, as emissoras de televisão de todo país vão transmitir esses anúncios.

Segundo o Departamento de Justiça, os anúncios vão incluir algumas das seguintes frases: “Fumar mata, em média, 1,2 mil americanos por dia”; “Fumar é altamente viciante, a nicotina é a droga que causa dependência ao tabaco”; e “As empresas de tabaco projetaram cigarros intencionalmente com nicotina suficiente para criar e manter essa dependência”.

O processo remonta a 1999, quando o governo de Bill Clinton (1993-2001) acusou as companhias de tabaco de conspirar para enganar o público sobre os riscos de fumar e de promover o consumo de tabaco entre adolescentes com campanhas publicitárias que incluíam desenhos animados.

As acusações foram baseadas na lei especial contra o crime organizado e organizações corruptas, chamada Rico por sua sigla em inglês, e inicialmente lançada para combater grupos como a máfia.

Como parte desse processo, em 2006, o Tribunal do Distrito de Columbia determinou que as empresas Altria, a sua filial Philip Morris USA e R.J. Reynolds Tobacco que publicassem nos veículos de imprensa dos EUA anúncios para “corrigir” a perceção errada que o público tinha há anos sobre o tabaco.

A ordem só agora começará a ser cumprida, com mais de dez anos de atraso, devido à grande quantidade de recursos interpostos pelas companhias de tabaco.

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