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Fundo da Faber lidera ronda de 2,5 milhões de dólares na deeptech YPlasma

O fundo português especializado em deep tech lidera a ronda de 2,5 milhões de dólares na YPlasma para combater o sobreaquecimento na era da IA.
10 Julho 2025, 11h51

O fundo português especializado em deep tech lidera a ronda de 2,5 milhões de dólares na YPlasma para combater o sobreaquecimento na era da IA.

A YPlasma, startup de deep tech nascida a partir do Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (INTA), ligado à Agência Espacial Espanhola, e apoiada pela fundação Mobile World Capital Barcelona, acaba de fechar uma ronda de investimento seed no valor de 2,5 milhões de dólares (cerca de 2,1 milhões de euros) liderada pela Faber com participação da SOSV, investidor global focado em ciência e engenharia de ponta.

“O financiamento vai permitir acelerar o desenvolvimento e a comercialização da tecnologia de refrigeração da YPlasma, uma solução compacta, silenciosa e altamente eficiente, desenhada para responder às novas exigências térmicas dos chips e dispositivos eletrónicos de alto desempenho, especialmente relevantes com o avanço da inteligência artificial”, diz a empresa em comunicado.

Com sede em Barcelona, a YPlasma opera entre Espanha e os Estados Unidos, com laboratórios no programa HAX da SOSV (em Newark e em Madrid) e uma equipa pan-europeia e norte-americana.

O foco atual passa pela entrada nos mercados dos semicondutores e de dispositivos eletrónicos de elevado desempenho, com o objetivo de escalar a tecnologia e torná-la uma referência global em refrigeração compacta para a era da IA.

A tecnologia da YPlasma baseia-se em atuadores de plasma do tipo DBD (dielectric barrier discharge), capazes de gerar vento iónico sem qualquer parte móvel, numa arquitetura de estado sólido e ultra-compacta. “Uma alternativa disruptiva às ventoinhas convencionais ou aos sistemas de arrefecimento líquido, com vantagens evidentes em eficiência, escalabilidade e tamanho”, segundo o comunicado que acrescenta que esta inovação tem potencial para transformar a gestão térmica em chips, dispositivos eletrónicos, centros de dados e infraestruturas críticas.

Além da refrigeração, a tecnologia de plasma da YPlasma “abre portas a uma ampla gama de aplicações industriais, como melhoria da aerodinâmica (em turbinas e aeronaves), propulsão elétrica (para satélites VLEO e drones), desinfeção (em agricultura vertical) ou ativação de superfícies e líquidos (como a produção de água ativada por plasma com maior capacidade térmica)”, lê-se na nota.

As primeiras integrações comerciais estão previstas para acontecer até ao final de 2025, com foco inicial na eletrónica de consumo, nomeadamente computadores portáteis e dispositivos semelhantes, revela a empresa.

“Estamos muito entusiasmados com esta parceria com a Faber e a SOSV para desbloquear todo o potencial da tecnologia de atuadores de plasma em múltiplas indústrias. Com este financiamento, estamos a levar ao mercado uma abordagem radicalmente nova para a gestão térmica e controlo de fluxo, uma solução de estado sólido, escalável e baseada em ciência profunda”, refere David Garcia, cofundador e CEO da YPlasma. “Os atuadores de plasma podem gerar ganhos de eficiência em setores que vão da eletrónica à aeronáutica, e estamos apenas a começar a explorar o que é possível”, acrescenta.

Niklas Körner, Partner da Faber, considera que a abordagem de estado sólido da YPlasma para o controlo de fluxo e gestão térmica traz uma verdadeira inovação a um campo que há muito pedia disrupção”.

“A combinação entre profundidade científica, talento de engenharia e ambição global tornou esta decisão fácil para nós. Estamos entusiasmados por apoiar esta jornada”, explica.

 

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