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Fusão do Deutsche Bank e Commerzbank coloca em perigo 30 mil empregos

A possibilidade de uma fusão de ambas as instituições, tema primeiramente espoletado em 2016, tem suscitado dúvidas junto dos acionistas e dos sindicatos, após a confirmação de que estão a decorrer negociações nesse sentido.
18 Março 2019, 11h16

As administrações dos dois maiores bancos da Alemanha confirmaram durante o fim de semana a existência de conversações sobre a possibilidade de uma fusão, para formar um novo super-banco. A concretização desta operação teria um impacto brutal no setor bancário europeu, a começar pelo facto de que em conjunto os dois bancos representam uma força laboral de 140 mil pessoas empregadas. Contudo, um membro do conselho de supervisão do Deutsche Bank defendeu esta segunda-feira que uma fusão poderá levar ao despedimento de 30 mil pessoas, a longo prazo.

“Uma possível fusão não resultaria num modelo de negócio sustentável a longo prazo”, afirmou Jan Duscheck, do sindicato alemão Verdi e membro do conselho de supervisão do Deutsche Bank, citado pela Reuters.

A criação de um super-banco, fruto da junção do Deutsche Bank e Commerzbank, resultaria num banco que teria um quinto do mercado bancário alemão que, de acordo com a Reuters, resultaria na união de 91.700 empregados do Deutsche Bank, com 49 mil do Commerzbank, mas para Duschek todo esse poder levaria ao despedimento de 30 mil pessoas. A curto prazo, há já dez mil empregos ameaçados, contou Duscheck.

Também um importante investidor do Deutsche Bank terá expressado dúvidas sobre uma potencial fusão, segundo fonte próxima do investidor. O impacto na força laboral

A possibilidade de uma fusão de ambas as instituições, tema primeiramente espoletado em 2016, tem suscitado dúvidas junto dos acionistas e dos sindicatos, após a confirmação de que estão a decorrer negociações nesse sentido.

O impacto na força laboral será a grande questão a ser levantada nesta operação. Na quinta-feira, 21 de março, os conselho de supervisão do Deutsche Bank e do Commerzbank reúnem para discutir a fusão dos bancos.

No fim de semana, ambos os bancos emitiram comunicados a confirmar negociações. Para o Deutsche Bank, é importante que não haja precipitações: “Isto significa que as negociações de fusão podem pender para qualquer um dos lados. Precisamos de tempo, porque para nós é mais importante ser preciso do que ser rápido. Somos e vamos permanecer um banco global, com uma posição de liderança nos mercados alemão e europeu. Essa posição de liderança pode consolidar-se com uma fusão com o Commerzbank”, afirmou Jörg Eigendorf, porta-voz do Deutsche Bank.

Para o Deutsche Bank, a concretização desta fusão aparenta ser crucial, pois o banco alemão continua a enfrentar dificuldades desde a crise financeira de 2008, apesar de ter promovido uma reestruturação há cerca de dois anos.

Outro ponto favorável à concretização da fusão é o enventual apoio do governo de Angela Merkel à operação. O Estado germânico detém 15% do Commerzbank, que tem por objetivo manter este banco em mãos alemãs, visto que este banco é crucial no apoio às empresas de pequena e média dimensão que formam a espinha dorsal da economia de Berlim.

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