A Fusion Fuel Green PLC anunciou hoje a compra de uma empresa de gás sediada no estado do Nevada, EUA, a Quality Industrial Corp (QIND). Por sua vez, esta companhia detém a Al Shola Gas com sede no Dubai, Emirados Árabes Unidos, que gerou 11 milhões de dólares em receitas e 1,8 milhões de dólares de lucro em 2023.
A Al Shola conta com quase 40 mil clientes no Médio Oriente contando com sete centrais e 100 trabalhadores.
Entre os seus clientes encontram-se a Emirates Airlines, Emaar Properties, o Governo do Dubai, Dubai Properties, WASL Group, entre outros, segundo o comunicado.
Desta forma, a Fusion Fuel pretende diversificar as suas receitas, num momento de crise no mercado de hidrogénio verde, e enfrentando uma grave situação financeira. A companhia que produz equipamento para produzir hidrogénio verde sediada na Irlanda anunciou recentemente a insolvência da sua operação portuguesa a Fusion Fuel SA.
“A nossa estratégia é criar uma companhia preparada para o presente e posicionada para o futuro. Enquanto o mercado de hidrogénio verde desenvolveu-se mais lentamente do que antecipado, a procura pelos nossos serviços de engenharia e consultoria continua forte. Ao comprar a QNID, estamos a estabelecer uma fundação rentável que vai permitir-nos ir de encontro ao mercado posicionando-nos para as oportunidade de crescimento de longo prazo que vemos no sector do hidrogénio limpo”, disse em comunicado o CEO Frederico Figueira de Chaves.
A 14 de novembro, a companhia portuguesa Fusion Fuel SA, detida pela Fusion Fuel Green PLC, entrou em insolvência, com a sentença a ter sido já declarada pelo Tribunal de Sintra, com o processo a ter um valor de quase 27 milhões de euros.
A Fusion Fuel exige 27 milhões de euros ao investidor que recuou no financiamento à empresa fundada por portugueses e que está cotada em Wall Street.
O processo da Fusion Fuel Portugal SA contra Norbert Rudolf Bindner (referido como o diretor da Hydrogenial, o investidor que estaria interessado na compra de ações) deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa a 6 de novembro.
A insolvência foi justificada por a Hydrogenial S.A. ter falhado a compra de 56 milhões de ações da empresa no valor de 33,5 milhões de dólares (31 milhões de euros), conforme tinha sido anunciado a 11 de setembro de 2024 (apesar de o nome do investidor não ter sido revelado na altura).
“A quebra do contrato cria estes danos [27 milhões de euros]”, disse o CEO Frederico Figueira de Chaves ao JE.
“Se cumprir com o contrato conseguimos reduzir muito os danos. Este é o valor maximo se não cumprir o contrato que já se encontra em breach [em falha]”, explicou o gestor.
O JE pesquisou na internet pelos contactos da Hydrogenial e de Norbert Rudolf Bindner, mas não encontrou referências a estes nomes nem contactos para pedir uma reação.
A Hydrogenial está “sediada em Andorra” e Norbert Bindner é um cidadão “alemão com residência na Suíça e Portugal”, adiantou o CEO da FF.
A Fusion Fuel especializou-se na produção de equipamentos para a produção de hidrogénio verde, apostando na tecnologia modular, com o nome de HEVO, que permite adaptar a capacidade de eletrólise, consoante a menor ou maior necessidades dos diferentes projetos.
Entre os credores estão a Baumann Gmbh, a Duro Felguera Green Tech S.A, a Infotech Automation, o Instituto da Segurança Social – IP e a Magp Inovação SA. O prazo para a reclamação de créditos foi fixado em 30 dias.
O closing do negócio devia ter tido lugar a 30 de setembro, com o “pagamento total antes ou depois do closing“, mas apesar de todas as condições terem sido cumpridas, como confirmado nas conversações com os representantes da Hydrogenial, o investidor falhou o financiamento na altura prevista”.
A Hydrogenial entrou em quebra do contrato e a Fusion Fuel requereu a “resolução imediata” do acordado. Foi fixada uma nova data: 25 de outubro para o closing, mas “até à data”, ainda não houve nenhuma operação, o que levou a Fusion Fuel a recorrer aos tribunais.
“Como consequência direta no atraso do financiamento, a Fusion Fuel pediu a insolvência da sua subsidiária portuguesa, Fusion Fuel SA, sob a qual a porção mais significativa de vendas de tecnologia da empresa e atividades de desenvolvimentos de projetos tem tido lugar”, pode-se ler no comunicado ao mercado desta noite.
A companhia disse estar a “explorar ativamente alternativas estratégicas para preservar o valor do acionista, incluindo uma transação potencial que a gestão acredita pode complementar o negócio de hidrogénio da empresa e impulsionar sinergias significantes”, esperando haver novidades no “curto prazo”.
Na noite da passada terça-feira, a companhia anunciou que tinha recebido um aviso da Nasdaq que, por falta de liquidez (é exigido um mínimo de 10 milhões de dólares), e depois de ter terminado o prazo para repor a liquidez, a cotada iria ser retirada da negociação no Nasdaq Capital Market. A Fusion Fuel apelou e pode continuar a negociar até haver decisão final.
Notícia atualizada para clarificar que a Fusion Fuel comprou uma empresa de gás com sede nos EUA, e não no Dubai.
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