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Futuro da União “não podia estar mais em jogo”, diz Von der Leyen

Von der Leyen adiantou ainda acreditar que “é possível uma solução” para as divergências entre líderes, acrescentando que, com a proposta de orçamento europeu e de fundo de recuperação, a UE tem “não só a oportunidade de ultrapassar a crise, mas também de modernizar o mercado interno e de levar por diante o nosso pacto verde europeu e a digitalização”.
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17 Julho 2020, 10h20

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou hoje que o futuro da União Europeia não podia estar mais em jogo, falando à chegada à cimeira dedicada ao plano de recuperação após a crise gerada pela covid-19.

“Não poderia haver mais em jogo. Se correr bem, podemos sair desta crise mais fortes”, sublinhou a líder do executivo comunitário, em declarações à entrada da primeira reunião presencial do Conselho Europeu desde o início da pandemia do coronavírus SARS-Cov-2.

Von der Leyen adiantou ainda acreditar que “é possível uma solução” para as divergências entre líderes, acrescentando que, com a proposta de orçamento europeu e de fundo de recuperação, a UE tem “não só a oportunidade de ultrapassar a crise, mas também de modernizar o mercado interno e de levar por diante o nosso pacto verde europeu e a digitalização”.

Os líderes da UE reúnem-se a partir de hoje em busca de um compromisso sobre o plano de relançamento face à crise da covid-19 que todos admitem ser urgente, mas um acordo afigura-se difícil de alcançar.

No primeiro Conselho Europeu presencial dos últimos cinco meses – a anterior cimeira “física” teve lugar em fevereiro, antes da chegada da pandemia da covid-19 à Europa –, e que deverá prolongar-se pelo menos até sábado, os 27 terão de ultrapassar as muitas diferenças que ainda os separam relativamente às propostas de um Fundo de Recuperação e do orçamento da União para 2021-2027.

A fasquia é alta: aprovar o Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento da UE para 2021-2027, de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, de 750 mil milhões de euros.

Parece haver acordo entre todos os 27 quanto à necessidade de uma resposta urgente à crise, mas as posições quanto às modalidades dessa resposta estão afastadas e, admitem vários dirigentes europeus, o consenso exigido está longe de adquirido e esta pode não ser a cimeira que aprova o orçamento.

Isto porque persistem grandes divergências quanto à distribuição das verbas do fundo de recuperação, que a proposta da Comissão Europeia prevê sejam canalizados em dois terços (500 mil milhões de euros) através de subvenções e um terço (250 mil milhões de euros) de empréstimos em condições muito favoráveis.

Os chamados “países frugais” – Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia e, em menor grau, a Finlândia – opõem-se à proporção de verbas canalizadas sob a forma de subvenções, defendendo uma maior proporção de verbas por empréstimo e que os fundos sejam condicionados à realização de reformas, que permitam aos países em pior situação fazer face a futuras crises sem ajuda europeia.

A cimeira deve prolongar-se pelo fim de semana.

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