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Futuro de Macau passa por cumprir desejos de Xi Jinping, afirma governo

O governo de Macau defendeu esta quinta-feira que o futuro do território passa por concretizar o sonho do “grande renascimento da nação chinesa” e em cumprir “os quatro desejos” que o presidente da China, Xi Jinping, formulou para Macau.
20 Dezembro 2018, 07h50

O governo de Macau defendeu esta quinta-feira que o futuro do território passa por concretizar o sonho do “grande renascimento da nação chinesa” e em cumprir “os quatro desejos” que o presidente da China, Xi Jinping, formulou para Macau.

O discurso do chefe de Governo, Chui Sai On, marcou a cerimónia principal do 19.º Aniversário da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), quando se assinala a passagem para Pequim do território que esteve mais de 400 anos sob administração portuguesa.

“Estou plenamente convicto de que todos os setores da sociedade continuarão a cultivar o amor pela pátria e por Macau e a congregar a sua sabedoria e esforços (…), contribuindo, assim, para a promoção e implementação constantes do grandioso princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e para a materialização do sonho chinês do grande renascimento da nação chinesa”, afirmou, dirigindo-se a perto de mil convidados.

Chui Sai On sublinhou que o desígnio do território passa por cumprir “quatro desejos que Xi Jinping formulou para Macau”, num discurso escutado pelo vice-presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, Edmund Ho, do sub-director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Yao Jian, da Comissária dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na RAEM, Shen Beili, e do comissário político da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês, o coronel Zhou Wugang.

“Perspetivando o novo ano, o Governo (…), unido à população, assume como sendo, nesta fase, as suas principais tarefas: estudar e implementar seriamente o espírito das importantes palavras do Presidente Xi”, destacou.

Antes, o chefe do Governo, que cumpre em 2020 o seu último mandato, elencou os quatro desejos do Presidente chinês para Macau: “contribuir, de forma mais ativa, para a abertura plena do país; integrar-se (…) no desenvolvimento geral do País; participar (…) na prática governativa do país e impulsionar (…) o intercâmbio humanístico internacional”.

“Continuaremos a apoiar e a participar proativamente na construção da ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e a integrar-nos no desenvolvimento da Grande Baía, aproveitando as vantagens do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e as vantagens de Macau como um centro mundial de turismo e lazer e uma plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, acrescentou o governante.

O projeto da Grande Baía visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove cidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com mais de 60 milhões de habitantes, quase a população de França.

À margem da cerimónia, o presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau disse à agência Lusa que estes 19 anos da “nova realidade político-administrativa” tiveram “benefícios muito claros para a população de Macau”.

“O que há de novo nestes últimos dois ou três anos é, por um lado, uma inserção muito mais clara de Macau na estratégia nacional da China, nomeadamente na questão [do projeto] ‘Uma Faixa, Uma Rota’” e, por outro, “o processo de integração regional de Macau na área da Grande Baía”, defendeu José Sales Marques.

“São esses aspetos novos que vão dar à próxima década, e por aí fora, uma orientação mais precisa de como Macau se insere e se enquadra no desenvolvimento nacional da China”, concluiu.

As comemorações do 19.º aniversário começaram de manhã (madrugada em Lisboa) com a cerimónia do içar das bandeiras, na qual marcaram presença cerca de 350 dirigentes do Governo e convidados.

Entre várias atividades marcadas para o dia de hoje, destaque para o espetáculo de fogo de artifício agendado para as 21:00 (13:00 em Lisboa), em frente à Torre Macau, organizado pela Direção dos Serviços de Turismo.

Macau passou a ser uma Região Administrativa Especial da China a 20 de dezembro de 1999, com um elevado grau de autonomia acordado durante um período de 50 anos.

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