Os países do G20 reconheceram esta sexta-feira que as tensões comerciais dentro do grupo estão a afetar a “confiança nos mercados” e a aumentar a “volatilidade financeira”, numa alusão à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
“O comércio internacional é um importante motor do crescimento e precisamos de resolver as tensões que estão a afetar negativamente a confiança dos mercados e a aumentar a volatilidade financeira”, disse o ministro das Finanças argentino, Nicolás Dujovne.
O responsável argentino falava numa conferência de imprensa em Bali, onde decorre até domingo a assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Dujovne sublinhou que o G20, grupo de países em desenvolvimento, “pode ter um papel de fórum na discussão, mas as diferenças persistentes devem ser resolvidas pelos países diretamente envolvidos”.
Embora o ministro argentino tenha evitado mencionar diretamente Pequim e Washington, o choque comercial entre as duas potências concentrou as conversas do fórum, que junta algumas das principais economias avançadas e em desenvolvimento.
Dujovne também advertiu que o crescimento económico se tornou “mais desequilibrado” e que “alguns dos riscos discutidos no início do ano estão a começar a materializar-se”.
O político citou, em particular, “a normalização da política monetária nos [países] avançados”, que fez com que “as condições financeiras se ajustassem nos países emergentes, que sofreram volatilidade”.
A Argentina é um exemplo claro dessas pressões financeiras. Buenos Aires teve de recorrer a um pacote de assistência de três anos do FMI, no valor de 57,1 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros), após a queda acentuada do peso argentino.
Da mesma forma, outras economias emergentes, como Turquia, África do Sul ou Indonésia, sofreram também a desvalorização das suas moedas perante o fortalecimento progressivo do dólar.
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