[weglot_switcher]

Galp tomba quase 5% e penaliza Lisboa em dia de perdas nas energéticas

Dia negativo para as petrolíferas em bolsa, penalizadas pelas quedas nas negociações dos futuros de Brent e crude. A Galp registou perdas particularmente expressivas, no mesmo dia em que apresentou resultados e fez saber que só pondera vender a participação na Namíbia a partir do final de 2025.
Reuters
28 Outubro 2024, 16h50

As ações da Galp caíram de forma agressiva na sessão desta segunda-feira e deixaram a bolsa de Lisboa a negociar em perda, num sentimento contrário àquele que se viveu nas principais congéneres europeias.

O índice PSI recuou 0,88%, até aos 6.455 pontos e foi penalizado sobretudo pela desvalorização da Galp, na ordem de 4,79%, até aos 15,81 euros. Os mercados reagiram de forma visivelmente negativa, depois de a empresa publicar resultados, com um aumento de 24% nos lucros até setembro.

O sentimento já era negativo a meio da manhã e agravou-se nas horas seguintes, na sequência de a energética fazer saber que só considera vender a participação na Namíbia a partir do final de 2025.

Seguiu-se a Greenvolt, ao tombar 3,78%, para 8,02 euros. Simultaneamente, a Mota-Engil perdeu 1,34% e ficou-se pelos 2,494 euros, ao passo que a EDP Renováveis derrapou 0,99%, para 12,95 euros.

Por outro lado, a subida mais acentuada foi protagonizada pela Altri, na ordem de 0,70%, para 5,065 euros.

Lá fora, entre os mais importantes índices europeus, houve subidas, com a Espanha na liderança, ao avançar 0,87%. Seguiram-se acréscimos de 0,79% em França, 0,71% em Itália, 0,56% no índice agregado Euro Stoxx 50 e 0,48% no Reino Unido. A Alemanha ganhou 0,34%.

No mercado petrolífero registam-se quedas expressivas, que estão a penalizar as petrolíferas, nomeadamente a própria Galp. Os futuros de Brent estão a recuar 5,73%, até aos 71,30 dólares por barril, ao passo que o crude recua 5,74%, para 67,66 dólares por barril.

“A generalidade das bolsas europeias encerrou em alta, sustentadas pelo ambiente de otimismo que se vive em Wall Street”, aponta-se na análise do departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking.

“A queda dos preços do petróleo castigou o setor energético, mas parece ter dado ânimo aos investidores, o que se pode justificar com expectativas de que tal possa levar a uma descida mais acelerada da inflação e sustentar maiores cortes de juros por parte dos bancos centrais”, adiantam os analistas.

“A contrariar o sentimento esteve o PSI, arrastado pelo tombo da Galp,  que até mostrou contas acima do esperado, mas sentiu os ventos adversos do setor, bem como um downgrade da Jefferies, que mostrou preocupações com o cronograma de perfuração da petrolífera portuguesa, de acordo com a mesma análise.

“Altri, Sonae, Jerónimo Martins e BCP, que reporta as suas contas esta semana, encerraram do lado positivo”, acrescenta-se.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.