Altamente proteico, o Garum era usado como condimento e para aumentar a intensidade do sabor dos alimentos, sendo muito apreciado no passado. Podia ser feito a partir de diversos tipos de peixe, tais como a anchova, a cavala, o atum, a moreia e outros, que determinavam a sua qualidade e o seu preço. Em Tróia foram encontrados principalmente vestígios de sardinha, razão da escolha desta espécie para esta produção, além do simbolismo que a mesma representa para Portugal.
As Ruínas Romanas de Tróia e o restaurante Can the Can iniciaram, pela primeira vez em mais de 15 séculos, uma produção de Garum num dos tanques de salga de peixe deste complexo arqueológico. O garum, feito com sardinha fresca de Setúbal, está finalmente pronto e será retirado do taque no sábado, dia 6 de novembro, pelas 14 horas. O evento decorrerá nas Ruínas Romanas de Tróia e será a oportunidade para provar o mais famoso condimento do Império Romano, produzido outra vez em terras lusitanas. O produto obtido será depois comercializado pelo restaurante Can the Can.
A iniciativa partiu do restaurante Can the Can, que através do projeto Selo de Mar, conduzido pelo designer e investigador Victor Vicente e o chef Pedro Almeida, pretende estudar e recuperar as técnicas de conservação de pescado e inovar a partir da tradição, em colaboração com o Tria Resort e a sua equipa de arqueologia das Ruínas Romanas de Tróia, liderada por Inês Vaz Pinto.
Este projeto conta ainda com a participação das investigadoras na área alimentar Marisa Santos, Catarina Prista e Anabela Raymundo do Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem do Instituto Superior de Agronomia, e da zooarqueóloga Sónia Gabriel e da palinóloga Patrícia Mendes, ambas do Laboratório de Arqueociências da Direção Geral do Património Cultural.
As ruínas romanas de Tróia foram o maior centro industrial de salgas de peixe do Império Romano, localizado na península de Tróia, na margem sul do estuário do Sado, a poucos quilómetros de Setúbal. Este sítio arqueológico é Monumento Nacional desde 1910 e está inscrito, desde 2016, na Lista Indicativa Portuguesa do Património Mundial.
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