A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, fez esta quarta-feira um balanço das três audições que já existiram no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP, destacando que é possível retirar três conclusões sobre a forma como a companhia aérea tem sido gerida. No entender da deputada bloquista, “a CPI já fez prova de vida”.
Recorde-se que Alexandra Reis, ex-administradora da TAP e ex-secretária de Estado do Tesouro é ouvida esta quarta-feira, sendo que anteriormente foram ouvidas as seguintes personalidades: António Ferreira dos Santos, inspetor-Geral das Finanças, Christine Ourmières-Widener, CEO demissionária da TAP; Gonçalo Pires, Chief Financial Officer da companhia aérea e o ex-ministro da Economia do PSD/CDS, António Pires de Lima.
“A gestão privada da TAP canibalizou a empresa utilizando os seus recursos em benefício próprio. Esta evidência surge de um conjunto de informações que não tínhamos e que passamos a ter acesso: acordos de pré-reforma com antigos administradores do tempo de David Neelman no valor de 1,2 milhões de euros, contratos de consultoria com Fernando Pinto a 67 mil euros por mês num total 1,6 milhões de euros”, realçou a deputada que integra esta CPI.
Mariana Mortágua enfatizou que “a TAP pediu uma auditoria para tentar perceber como é que estes administradores retiraram milhões de euros para proveito próprio. Pareceres jurídicos provam que David Neelman retirou da TAP mais de 200 milhões de euros através de contratos com a Airbus, verba que utilizou para capitalizar a própria TAP”.
Por outro lado, Mariana Mortágua destacou que o Governo do PS “não esteve à altura” da importância da gestão da TAP. “E vemos isso de diferentes formas: pela informalidade com que a empresa era gerida, a forma como acontece a saída de Alexandra Reis, como o Governo tratava as viagens do Presidente da República, a forma como a CEO da TAP foi demitida. Todos estes episódios mostram que o Governo não esteve à altura da gestão da TAP. É excessivo que o grupo parlamentar do PS tenha reunido com esta CEO antes da audição”.
A terminar, a deputada bloquista considera que António Costa tem que “assumir as suas responsabilidades” no que diz respeito à gestão da companhia aérea. “É importante que o primeiro-ministro assuma as suas responsabilidades e explique ao país como se vai gerir a TAP com a dignidade que merece”, concluiu Mariana Mortágua.
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