[weglot_switcher]

Gigantes como Google, Apple e Microsoft acusadas de cumplicidade com trabalho infantil

Cerca de cinco gigantes tecnológicas foram identificadas como clientes de empresas que usavam crianças para trabalhar nas minas de cobalto na República Democrática do Congo. Dessas minas era extraído lítio que é utilizado em smartphones, tablets, computadores portáteis e veículos elétricos.
  • Steve Marcus/Reuters
17 Dezembro 2019, 12h54

A Apple, Microsoft, Google, Dell e Tesla são apenas algumas das empresas acusadas de cumplicidade na morte e ferimentos graves de crianças, enquanto trabalhavam em minas de cobalto na República Democrática do Congo (RD Congo), avançou o jornal The Guardian.

Este mineral é um componente essencial das baterias de lítio, utilizadas em smartphones, tablets, computadores portáteis e veículos elétricos – mais de 60% deste minério provém do sudeste da RD Congo. O processo judicial foi interposto num tribunal norte-americano pela International Rights Advocates, em nome de 14 crianças e pais de crianças congolesas.

“O boom tecnológico intensificou a procura de cobalto por parte das empresas”, explica a International Rights Advocates, representante das famílias. A associação acrescenta que um número crescente de tecnológicas recorre a empresas locais de extração para a obtenção da componente e explica que “o cobalto é minerado na RD Congo em condições extremamente perigosas, por crianças pagas a um ou dois dólares (0,90 a€1,79 euros) por dia”. Derrocadas no túneis das minas são frequentes, causando mortes ou incapacidades permanentes nos trabalhadores, maioritariamente crianças congolesas.

A acusação refere duas empresas proprietárias das minas onde trabalhavam as vítimas, a chinesa Zhejiang Huayou Cobalt e a britânica Glencore. Esta última escava parte da sua produção para uma terceira empresa, a Umicore que, por sua vez, fornecia o minério aos gigantes tecnológicos que agora estão a ser acusados de cumplicidade na morte e ferimento grave de várias crianças congolesas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.