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Golas antifumo: PJ realiza buscas no ministério da Administração Interna e Proteção Civil

As autoridades investigam indícios de crimes de participação económica em negócio e desvio de subsídio na compra de 70 mil golas antifumo. O ex-adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, que se demitiu na sequência desta polémica, também está a ser alvo de buscas.
  • Francisco Ferreira
    Facebook Francisco José Ferreira
18 Setembro 2019, 09h55

A PJ está a realizar buscas no ministério da Administração Interna e na Proteção Civil devido à polémica com as golas antifumo. Em comunicado, o ministério da Administração Interna confirma a “realização de diligências do Ministério Público e da Polícia Judiciária nas instalações do MAI e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”.

O ministério tutelado por Eduardo Cabrita garante que “está a ser prestada toda a colaboração na realização das referidas diligências”. A notícia foi inicialmente avançada pela TVI 24.

Também a Procuradoria-Geral da República confirmou a “realização de buscas no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)”.

As autoridades investigam indícios de crimes de participação económica em negócio e desvio de subsídio na compra pela Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil (ANPC) de 70 mil golas antifumo. Também estão a ser realizadas buscas na empresa Foxtrot, e ao dono da empresa, que forneceu as golas ao Estado.

O ex-adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, que se demitiu na sequência desta polémica, também está a ser alvo de buscas, segundo a TVI 24.

Francisco Ferreira, apresentou a sua demissão no final de julho após ter admitido ao Jornal de Notícias a sua responsabilidade por selecionar as cinco empresas que foram escolhidas para apresentarem propostas para o fabrico das golas antifumo e kits distribuídas pela Proteção Civil, que revelaram ser inflamáveis.

Francisco Ferreira é líder do PS/Arouca. Antes de integrar o Governo, era padeiro numa pastelaria em Vila Nova de Gaia, propriedade do seu irmão, segundo o JN. O antigo-adjunto tem 30 anos de idade, conta com o 12º ano de escolaridade, e foi nomeado para o Governo em dezembro de 2017.

José Artur Tavares Neves, secretário de Estado da Proteção Civil, esteve sob forte pressão devido a esta polémica, mas resistiu e acabou por se manter no Governo.

A polémica começou quando foi revelado que a Proteção Civil tinha comprado 70 mil golas antifumo para distribuir às populações de aldeias em zonas de risco elevado de incêndio florestal. Apesar de a polémica inicial ter sido em redor da qualidade e resistência ao fogo das golas, a polémica rapidamente evoluiu para a contratação das mesmas.

A Autoridade Nacional de Energência e Proteção Civil pagou 350 mil euros às empresas Foxtrot Aventura – propriedade do marido de uma autarca do PS de Guimarães -, e à Brain One – cujos donos têm vencido vários contratos da câmara de Arouca, cidade onde o atual secretário de Estado da Proteção Civil – José Artur Neves – foi autarca durante 12 anos, conforme avançou o Jornal de Notícias em julho.

 

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