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Goldman Sachs não altera previsão sobre juros do BCE apesar do impacto do conflito no Médio Oriente

O Goldman Sachs prevê que “embora o aumento dos preços da energia aponte para algum risco de efeitos de segunda ordem, o crescimento moderado e o arrefecimento da inflação subjacente apontam para um grande obstáculo para outro aumento dos juros e mantemos a nossa previsão para uma taxa de depósito inalterada até ao primeiro corte no quarto trimestre de 2024”.
20 Outubro 2023, 12h59

O Goldman Sachs publicou a sua antevisão da próxima reunião de política monetária do Conselho do Banco Central Europeu, no próximo dia 26 de outubro.

A próxima reunião servirá para confirmar que as taxas do BCE atingiram o pico em setembro (quando aumentou a taxa depo para 4,00% e a taxa refi para 4,50%).

“Mantemos a nossa previsão de uma taxa de juro inalterada até ao primeiro corte no quarto trimestre de 2024”, defende o banco.

“Esperamos que os responsáveis do BCE observem que as projeções de setembro dos especialistas permanecem globalmente intactas, mas com maiores incertezas devido ao conflito no Médio Oriente”, defendem os economistas do banco.

Após a eclosão do conflito no Médio Oriente, os preços da energia subiram cerca de 10% para o petróleo e 20% para o gás desde a data limite para as projeções de setembro dos especialistas, respetivamente, refere a nota.

“Os dados relativos à atividade económica mantiveram-se moderados, em grande parte como esperado. No entanto, as notícias sobre a inflação têm sido mistas, com uma surpresa negativa na inflação subjacente, mas com novos riscos de subida para a inflação global e para as expectativas de inflação decorrentes do aumento dos preços da energia”, acrescenta o Goldman Sachs.

Os economistas consideram que “é provável que o Conselho do BCE reitere que o actual nível das taxas parece adequado, mas que a porta permanece aberta para novos aumentos se as perspectivas de inflação se deteriorarem”.

“O conflito aumentou a incerteza em torno das perspectivas para os mercados energéticos e, assim, desviou os riscos de crescimento para o lado negativo”, defende o Goldman Sachs.

“É pouco provável que aprendamos muito sobre as perspectivas de reinvestimentos do PEPP (Pandemic emergency purchase programme) ou de remuneração de reservas na próxima semana”, refere o banco.

O Goldman Sachs prevê que “embora o aumento dos preços da energia aponte para algum risco de efeitos de segunda ordem, o crescimento moderado e o arrefecimento da inflação subjacente apontam para um grande obstáculo para outro aumento dos juros e mantemos a nossa previsão para uma taxa de depósito inalterada até ao primeiro corte no quarto trimestre de 2024. Esperamos que o Conselho do BCE limite os reinvestimentos do PEPP no segundo trimestre de 2024 a 10 mil milhões de euros por mês, antes de interromper todos os reinvestimentos a partir do terceiro trimestre de 2024”.

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