O Goldman Sachs fez a antecipação dos resultados da EDP e da EDP Renováveis e prevê números fracos para o segundo trimestre que terão prejudicado os resultados do primeiro semestre.
No caso da EDP Renováveis, o Goldman Sachs prevê lucros fracos no segundo trimestre devido a factores pontuais e ao aumento da dívida. A EDPR divulgará os resultados a 26 de julho e os analistas admitem que o segundo trimestre fraco se deva, em grande parte, a itens pontuais tais como fatores de capacidade que ficam abaixo da média nos EUA e em Espanha, e encargos regulatórios pontuais em Espanha (cerca de 50 milhões de euros) e na Europa de Leste (cerca de 50 milhões de euros).
“Estimamos o EBITDA do 2º trimestre de 2023 em 289 milhões de euros, o que traduz uma queda significativa em relação ao ano passado”, dizem os analistas do Goldman Sachs que estimam um EBITDA no primeiro semestre é de 737 milhões, quase 25% abaixo do ano passado.
“Lucros operacionais mais fracos, juntamente com custos fixos praticamente inalterados, devem se traduzir num resultado líquido negativo para o segundo trimestre (a estimativa do banco é de -27 milhões de euros)”. Para o primeiro semestre, isto significaria um resultado líquido de 38 milhões de euros.
“Prevemos que a dívida líquida volte novamente a aumentar (a estimativa são 5,75 mil milhões de euros) devido a uma forte aceleração do Capex, e notamos que as vendas de activos planeadas deverão ter lugar durante o segundo semestre. É necessário um segundo semestre forte para cumprir o consenso do ano fiscal”, lê-se na análise.
“Considerando a nossa previsão de EBITDA para o primeiro semestre de -750 milhões de euros, para atingir o consenso Bloomberg de um EBITDA de 2,1 mil milhões de euros (1,85 a 1,9 mil milhões de euros antes dos ganhos de rotação de ativos), a EDPR precisaria de uma rápida normalização dos fatores de capacidade e cumprir as metas de ganhos com a rotação de ativos (cerca de 300 milhões previstos para o ano). Tendo em conta a recente reformulação regulatória em Espanha, isto poderá ser um desafio”, defende o Goldman Sachs.
A recomendação para as ações da EDPR está em Buy.
No caso da EDP, casa-mãe da EDPR, irá apresentará os resultados do 2º trimestre a 27 de julho e o Goldman Sachs prevê “um segundo trimestre mais fraco devido aos fracos resultados da subsidiária EDPR (em grande parte devido a factores pontuais) e produção hídrica moderada”.
“Estimamos o EBITDA do 2º trimestre deste ano em 999 milhões de euros, o que traduz um declínio significativo em termos homólogos. No entanto, para o primeiro semestre isto significa um EBITDA acima de 2,4 mil milhões – uma subida em termos homólogos, devido a um
um primeiro trimestre sólido”, dizem os analistas.
No que respeita ao resultado final, “estimamos 97 milhões de euros para o 2º trimestre (399 milhões de euros para o primeiro semestre de 2023). Para cumprir a estimativa do consenso da Bloomberg (1,1 mil milhões de euros de resultado líquido, incluindo ganhos de rotação de ativos de cerca de 200 milhões), a EDP precisaria claramente de um forte 2º semestre”, defendem.
“O aumento da dívida líquida pode tornar-se uma preocupação temporária”, refere a análise do banco de investimento.
“Para o 1º semestre estimamos uma dívida líquida de 15,6 mil milhões de euros, ou cerca de 2,5 mil milhões mais elevada face ao ano anterior, apesar de cerca de 2 mil milhões de injeção de capital”, segundo os analistas.
“Embora o aumento seja também função de movimentos regulatórios temporários e adversos no fundo de maneio (cerca de 2 mil milhões), notamos que isto pode tornar-se uma causa de preocupação temporária, até que a empresa execute as rotações de activos e a securitização do WK – ambas esperadas para o segundo semestre, tal como afirmado pela administração durante a call com analistas do primeiro trimestre, no início deste ano”, lê-se no relatório.
Tese de Investimento. Acreditamos que o mercado compara principalmente a avaliação da EDP com as Utilities verticalmente integradas. O Goldman Sachs acredita que a EDP tem no entanto uma perspectiva de crescimento mais sustentada, de dois dígitos.
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