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Governo alemão prepara-se para gastar 100 mil milhões de euros em 2021 para acelerar recuperação económica

A intenção alemã de injetar mais dinheiro para acelerar a recuperação económica revela uma maior disposição de Berlim em conceder empréstimos, num momento em que a maior economia europeia está afundada na sua maior recessão desde 1970.
Olaf Scholz, ministro das Finanças alemão
17 Setembro 2020, 17h55

O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, planeia assumir uma nova dívida líquida de cerca de 100 mil milhões no próximo ano para sustentar a luta de Berlim contra a crise provocada pela pandemia, avançou a “Reuters” esta quinta-feira, 17 de setembro.

Quatro fontes contactadas pela agência noticiosa confirmaram o investimento, duas delas apontam para uma nova dívida líquida de pelo menos 95 mil milhões de euros, enquanto as outras duas simplesmente afastaram a possibilidade de ultrapassar os 100 mil milhões de euros. No início do mês, outra fonte referiu à “Reuters” que Olaf Scholz pretendia criar uma dívida adicional de pelo menos 80 mil milhões de euros.

Por sua vez, o ministro das Finanças da Alemanha, na semana passada, explicou à “Reuters” que pretendia contrair uma nova dívida no próximo ano para financiar novas medidas e sustentar a recuperação, mas recusou-se a fornecer um número exato.

A intenção alemã de injetar mais dinheiro para acelerar a recuperação económica revela uma maior disposição de Berlim em conceder  empréstimos. A pandemia mergulhou a maior economia da Europa numa profunda recessão, a maior desde 1970, segundo o Bundesbank. A Alemanha lançou um pacote de apoios económicos sem precedentes, cujas medidas foram financiadas com empréstimos recorde de cerca de 218 mil milhões de euros, para ajudar empresas e consumidores durante a crise.

Segundo o Bundesbank o produto interno bruto (PIB) alemão caiu 10,1% em termos no segundo trimestre de 2020, mas apesar da redução a economia da Alemanha está a seguir uma trajetória de recuperação e deve crescer no terceiro trimestre. A recuperação económica começou em maio, quando as medidas de contenção foram diminuídas.

“Os indicadores atuais sugerem que o crescimento continuará durante os meses de verão ”, explicam os especialistas do Bundesbank destacando ainda que apesar do crescimento a economia alemã ainda ficará consideravelmente aquém do seu nível pré-crise durante algum tempo.

A medida exigirá outra suspensão dos limites da dívida consagrados pela Alemanha. Por outro lado, Olaf Scholz está determinado a cumprir as regras fiscais de 2022 , o que à partida permitirá a existência de uma nova dívida, mas menor do que a última.

Os planos económicos da Alemanha, destacam a determinação de Olaf Scholz de afastar ainda mais a Alemanha da sua imagem anterior de líder da austeridade da União Europeia, passando a estar no topo da lista dos países europeus que mais gastaram na recuperação económica.

 

 

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