[weglot_switcher]

Governo britânico aprova venda da Royal Mail a multimilionário checo

Com a ‘luz verde’ do executivo londrino para a aquisição por parte do proprietário da empresa de energia EP Group, o histórico serviço postal britânico passará, pela primeira vez, a ser propriedade estrangeira.
FILE PHOTO: A Royal Mail postal van is parked outside homes in Maybury near Woking in southern England March 25, 2014. REUTERS/Luke MacGregor
16 Dezembro 2024, 12h08

O Governo britânico autorizou hoje a venda da International Distribution Services (IDS), proprietária da antiga empresa estatal britânica de correios Royal Mail, ao multimilionário checo Daniel Kretinsky por 3.600 milhões de libras (4.330 milhões de euros).

Com a ‘luz verde’ do executivo londrino para a aquisição por parte do proprietário da empresa de energia EP Group, o histórico serviço postal britânico passará, pela primeira vez, a ser propriedade estrangeira.

Kretinsky afirmou ter chegado a um “compromisso juridicamente vinculativo” com o Governo para a aquisição da IDS, a fim de “salvaguardar o importante papel que o Royal Mail desempenha no Reino Unido”.

O EP Group revelou igualmente que foram alcançados acordos com os grupos sindicais Communication Workers’ Union (CWE) e United.

Kretinsky e a empresa-mãe IDS chegaram a um acordo em maio último, mas aguardavam desde então a autorização do executivo, que deve autorizar a aquisição dada a importância nacional da Royal Mail e do serviço postal no país.

Quando anunciou o seu projeto de compra, Kretinsky já se tinha comprometido a manter a marca e a sede e residência fiscal da Royal Mail no Reino Unido durante os próximos cinco anos, bem como a fazer uma série de promessas para proteger as obrigações de serviço da empresa.

O multimilionário checo também fez concessões para obter a aprovação do Governo, incluindo permitir que os trabalhadores recebam 10% de qualquer dividendo que lhe seja pago.

Nos termos do acordo, o executivo manterá uma chamada “golden share” no serviço postal, o que significa que terá de autorizar quaisquer alterações à propriedade da Royal Mail, à localização da sua sede e à sua residência fiscal.

Na sexta-feira passada, a Royal Mail foi multado em 10.500 milhões de libras (12.600 milhões de euros) pelo regulador Ofcom por não cumprir as metas de entrega postal para o ano financeiro de 2023-24. Foi a segunda multa que recebeu num período de dois anos, depois de uma primeira de 5.600 milhões de libras (6.700 milhões de euros) em novembro de 2023.

Em declarações à BBC, Melanie Dawes, diretora executiva da Ofcom, disse que “obviamente o Governo deu ‘luz verde’ ao acordo hoje, mas o foco da Ofcom é garantir que a Royal Mail cumpra (as suas obrigações) para com os seus clientes”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.