[weglot_switcher]

Governo britânico já gastou 5 mil milhões de euros com preparativos para o Brexit

Aegundo o relatório do Gabinete Nacional de Auditoria, a maioria das verbas foi utilizada na contratação de funcionários, na construção e remodelação de infra-estruturas, em consultoria externa e em campanhas de publicidade.
6 Março 2020, 14h11

A admnistração de Boris Johnson já gastou cerca de 4,4 mil milhões de libras (cerca de 5 mil milhões de euros) nos preparativos para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Este valor representa 70% do orçamento (6,3 mil milhões de libras) que o Governo britânico disponibilizou para preparar o país para o “Brexit”, no período decorrente entre o referendo de junho de 2016 e o dia da saída daUE, 31 de janeiro deste ano.

Fora destas contas, que o Gabinete Nacional de Auditoria (NAO, na ingla em inglês) esclarece não pretenderem fazer qualquer juízo de valor à estratégia ou às prioridades de Downing Street na distribuição e utilização das verbas, ficam os 39 mil milhões de libras que o Reino Unido terá de pagar à UE, nos termos do acordo de divórcio.

De acordo com os números divulgados esta sexta-feira pelo NAO, 1,9 mil milhões serviram para contratar staff, sendo que, em outubro do ano passado atingiu-se o número máximo de pessoal envolvido nos preparativos, estimado em cerca de 22 mil funcionários públicos.

O documento adianta também que foram gastos 1,5 mil milhões de libras na construção e melhoramento das infra-estruturas e vias de comunicação em redor dos principais portos do país, particularmente no condado de Kent, no Sudeste inglês, e nos acessos entre a cidade portuária de Dover, onde chega grande parte dos navios e camiões de mercadorias, vindos da Europa.

Fora do âmbito dos investimentos em infra-estrutura, foram alocados 50 milhões de libras às empresas de ferry e 33 milhões ao Eurotúnel (que liga Folkestone (Inglaterra) a Calais, em França).

“Este relatório oferece, pela primeira vez, uma imagem clara de quanto gastou o Governo e onde foi gasto o dinheiro”, afirmou o director do NAO, Gareth Davies, citado pela agência noticiosa Reuters. “Nos preparativos para a saída da UE, os departamentos governamentais planearam múltiplos desfechos potenciais, que tiveram em conta calendarizações variáveis e a incerteza”, sublinha.

Em reação à publicação do documento, Meg Hillier mostrou-se satisfeita com a publicação do relatório e criticou o Governo de Boris Johnson por estar constantemente a “esconder” os números dos contribuintes britânicos. “A população tem sido mantida na ignorância sobre aquilo que Governo anda a fazer. A informação é limitada e o Tesouro parece estar pouco preocupado com a falta de transparência”, acusou a presidente da comissão de Contas Públicas da Câmara dos Comuns do Parlamento britânico.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.