O Governo português comprometeu-se em enviar 5% das vacinas contra a Covid-19 aos países de língua oficial portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
“Este é um exemplo pragmático da nossa capacidade de trabalhar com base em princípios e focados no trabalho, em particular, na área da saúde”, disse esta quarta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido em conferência de imprensa.
Questionado sobre se os atrasos da distribuição da vacina irão interferir com o envio destes fármacos, o ministro dos Negócios Estrangeiros sublinha que os problemas na distribuição implicam “naturalmente obriga a recalendarizações”. Tanto a nível interno, com o plano de vacinação nacional, como a nível externo. Porém, “o objetivo não fica comprometido”.
“A nossa estimativa é iniciar o processo de distribuição dos 5% de vacinas que afetamos a fins de cooperação bilateral o mais cedo possível ao longo do próximo semestre”, vinca, acrescentando que o conjunto de doses contratualizadas com a União Europeia “excede em várias vezes o número de 450 milhões de residentes na Europa”, por um lado porque várias vacinas são de duas doses mas porque se “trabalha com uma margem de segurança”.
O garante chega numa altura em que fonte da União Europeia (UE) comunicou à “Reuters” que a AstraZeneca só deverá conseguir fabricar metade das doses pedidas pela UE para o segundo trimestre. De acordo com a mesma fontes, a farmacêutica anglo-sueca está com dificuldades em aumentar a produtividade, o que afeta as 180 milhões de doses contratadas para o segundo trimestre pelo bloco e ainda o plano de vacinar 70% da população europeia até ao verão.
“O objetivo não está comprometido mas o timing é ajustado”, frisou Augusto Santos Silva, argumentando ainda que os problemas na entrega de vacinas não são “motivo para deixarmos de cooperar com outros”.
O anúncio da distribuição de 5% das vacinas contra a Covid-19 por PALOP e Timor-Leste, ao abrigo do plano da Organização Mundial da Saúde, o Covax, foi feito, esta terça-feira, por António Costa que considerou que “o apoio à vacinação internacional é essencial para a erradicação da pandemia de covid-19” e defendeu a tese de que “nenhum país do mundo estará seguro até que todos estejam seguros”.
“Para além de financiar a Iniciativa Covax, que tem como objetivo fornecer vacinas a 20% da população de 92 países, no âmbito da União Europeia estamos a trabalhar num mecanismo de partilha de vacinas que poderá disponibilizar doses adicionais de vacinas, sendo África naturalmente uma prioridade”, apontou o primeiro-ministro de Portugal, país que preside até junho ao Conselho da União Europeia.
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