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Governo decidiu “dar o Novo Banco à Lone Star” sabendo do que se estava a passar, acusa Mariana Mortágua

“O Governo sabia o que se passava no Novo Banco, porque se o BE sabia, o Governo também tinha obrigação de saber. E sabia que estava a vender um banco com garantia de quatro mil milhões”, realçou a deputada do Bloco de Esquerda.
  • Cristina Bernardo
6 Março 2019, 19h42

A deputada do BE Mariana Mortágua disse hoje que o partido quer primeiro “apurar responsabilidades” face aos factos já conhecidos sobre o Novo Banco e, só depois, pensar numa nova comissão de inquérito.

“Primeiro vamos às responsabilidades face aos factos que já foram apurados e, depois, pensaremos se é preciso apurar mais alguma coisa. Mas, já há factos e têm que haver responsáveis por esses factos”, disse Mariana Mortágua em declarações aos jornalistas, no parlamento, em Lisboa.

Referindo que o BE “nunca” se opôs a nenhuma comissão de inquérito, a deputada disse que não faz “muito sentido” ao partido uma comissão de inquérito “para desviar atenções e responsabilidades de processos” que o partido já tinha previsto.

“O BE nunca se negou a qualquer inquérito, mas eu olho hoje para intervenções e artigos que fizemos em 2017 e estão lá as contas, estão lá as necessidades de capital que o Banco de Portugal não viu, estão lá todas as informações que permitiriam ao Governo saber que esta venda ia ser ruinosa. E o Governo tem de responder por esta venda”, defendeu.

Mariana Mortágua afirmou ainda que o Governo decidiu “dar o Novo Banco à Lone Star” sabendo do que se estava a passar.

“O Governo sabia o que se passava no Novo Banco, porque se o BE sabia, o Governo também tinha obrigação de saber. E sabia que estava a vender um banco com garantia de quatro mil milhões, quase, 3,9 mil milhões, sobre uma carteira de ativos tóxicos de oito mil milhões e que o mais provável era que essa garantia se viesse a realizar, com os riscos a materializarem-se no futuro”.

A deputada do Bloco recordou ainda que, “apesar do BE ter trazido alternativas à Assembleia da República”, o Governo “insistiu naquela que tinha sido a decisão de Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, que era uma privatização apressada e sem sentido do Novo Banco.”

A deputada do Bloco reiterou ainda as críticas à atuação do Banco de Portugal no processo, salientando a “incompetência” e os “erros” do regulador em “lidar com o problema”.

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