[weglot_switcher]

Governo descarta “para já” novas cercas sanitárias no país devido à pandemia

Lacerda Sales ressalvou, contudo, que o Governo desconhece o futuro da pandemia, o que é “uma incerteza muito grande”. Ou seja, as cercas sanitárias são uma hipótese excluída apenas para já.
Lusa
20 Novembro 2020, 15h35

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou esta sexta-feira que o Governo não está a equacionar a imposição de cercas sanitárias, mesmo com o acelerado aumento diário de casos de Covid-19.

“Era aquela pergunta que fazíamos sempre no início. Temos aprendido muito mais com o evoluir da pandemia e penso que, nesta fase, não se consideram para já, perante aquilo que é a evolução epidemiológica, presente cercas sanitárias […]. Para já, não equacionamos cercas sanitárias.”, disse o governante durante a conferência de imprensa de acompanhamento ao resultados do boletim epidemiológico da pandemia da Covid-19.

Lacerda Sales ressalvou, contudo, que o Governo desconhece o futuro da pandemia, o que é “uma incerteza muito grande”. Ou seja, as cercas sanitárias são uma hipótese excluída apenas para já.

O secretário de Estado anunciou também que a Direção-Geral de Saúde (DGS) está a preparar orientações sobre o uso de máscaras. Questionado sobre as notícias que indicam que os presos não são obrigados a utilizar máscaras nas cadeias, o governante defendeu o seu uso.

“O que me parece é que, sendo o ambiente prisional em espaços fechados, reitero a afirmação da ministra [da Saúde]: Sim, devem utilizadas máscaras dentro das prisões”.

Desde maio que o Governo legislou para obrigar ao uso de máscara seja em transportes públicos ou em outros serviços públicos e, mais recentemente, na rua caso esteja com muitas pessoas a circular. Ora, nas cadeias, os reclusos não são obrigados a fazê-lo. A única exceção é quando saem para para consultas médicas ou idas ao tribunal.

Questionado, ainda, sobre a realização do congresso do PCP e se a DGS está a acompanhar a organização da reunião magna dos comunistas, Lacerda Sales limitou-se a dizer que o organismo liderado por Graças Freitas estará “à altura das suas responsabilidades”.

“O Governo não pode proibir o que a lei proíbe de proibir. Diria que a DGS o que tem de fazer é o seu trabalho, e o seu trabalho é eminentemente técnico, de análise. Obviamente, que de acordo com a situação epidemiológica terá de fazer uma análise aos diferentes documentos e aos diferentes planos que são solicitados. Por isso, aos governantes não cabe partilhar estados de alma, cabe fazer cumprir a lei. No caso particular da saúde, cabe garantir que a defesa dos portugueses é assegurada”, disse.

Portugal contabiliza hoje mais 61 mortos relacionados com a covid-19 e 6.489 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.