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Governo diz que retoma económica vai ser feita com base no consumo interno e retoma do investimento

“A interrupção abrupta da atividade económica em março e em abril deverá ser revertida a partir do início do mês de maio”, disse hoje o ministério das Finanças depois de Bruxelas ter revelado as suas previsões para a economia nacional para este ano.
Cristina Bernardo
6 Maio 2020, 12h38

O Governo diz que a base da retoma económica em Portugal vai ser feita à boleia do consumo interno e retoma do investimento.

Num comunicado publicado hoje após a Comissão Europeia ter revelado as suas previsões para este ano, o Governo “reafirma como prioridades conter a pandemia com o reforço dos meios necessários para que Portugal possa debelar a crise sanitária, bem como criar todos os instrumentos para assegurar os rendimentos das famílias, o funcionamento das cadeias de abastecimento de bens e serviços fundamentais e o arranque da atividade económica com a confiança de todos os portugueses”.

“A interrupção abrupta da atividade económica em março e em abril deverá ser revertida a partir do início do mês de maio, suportada numa recuperação do mercado interno e na retoma do investimento”, segundo o comunicado divulgado pelo ministério das Finanças esta quarta-feira.

Segundo as previsões de primavera de Bruxelas, o PIB português deverá cair 6,8% este ano, afetado gravemente com a dependência do turismo. Já o desemprego deverá disparar para perto de 9,5% este ano. Depois do país ter atingido o primeiro excedente orçamental em 47 anos em 2019, o défice deverá atingir os 6,5% este ano. A Comissão Europeia também prevê uma subida do peso da dívida pública face ao PIB para 131,6%.

O ministério de Mário Centeno analisa as previsões da Comissão Europeia e prevê que a “deterioração do cenário macroeconómico em Portugal assente numa contração da procura interna em 2020, quer do lado do consumo privado (apesar das medidas discricionárias e extraordinárias para preservar contratos de trabalho e rendimentos), quer do lado do investimento (devido ao contexto de incerteza e disrupções nas cadeias globais de valor). Contudo, a CE destaca que o investimento em construção deverá ser mais resiliente, beneficiando do ciclo económico e da introdução de maior flexibilidade na utilização de fundos europeus”.

Comparando Portugal e os restantes países do euro e da União Europeia, o ministério das Finanças destaca que “as previsões da CE destacam ainda o impacto da pandemia e das decorrentes medidas temporárias de contenção e confinamento nas contas públicas. Esse impacto será menos negativo em Portugal, do que o estimado para a área do euro e UE”.

O Governo destaca também a “eficácia da coordenação entre as medidas estratégicas adotadas a nível nacional e europeu para dar resposta à crise assume particular importância, tendo em conta a necessidade de conter o impacto económico negativo da pandemia e proporcionar uma recuperação célere e robusta, para que as economias retomem um rumo de crescimento inclusivo e sustentável”.

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