O Governo esteve reunido em São Bento para o já habitual Conselho de Ministros que tem decorrido semanalmente, apesar da demissão do primeiro-ministro e da consequente crise política que se instalou no país.
Hoje ocorreu num dia marcado pelas declarações da procuradora-Geral da República, Lucília Gago, que afastou qualquer tipo de responsabilidade quanto à resignação de António Costa do cargo máximo do Governo. Salientou ainda que a investigação vai continuar de acordo com os trâmites normais, mesmo que haja solicitações para que o desfecho do processo seja conhecido com a maior brevidade possível.
No final dessa reunião do Conselho de Ministros, não houve qualquer reação sobre esse tema em conferência de imprensa que contou com as presenças da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e dos ministros com as pastas da Educação e da Saúde, João Costa e Manuel Pizarro, respectivamente.
Questionada sobre as declarações de Lucília Gago, Mariana Vieira da Silva afirmou que “o Governo não fará qualquer comentário hoje sobre a matéria, muito menos no briefing do Conselho de Ministros”. Antecipou ainda, para o caso de serem colocadas mais questões sobre a polémica, que “esta é uma resposta válida para todos aqueles que estejam a pensar insistir”.
O Governo opta assim por não tecer comentários depois de Lucília Gago ter afirmado, também nesta quinta-feira, que não se sente responsável pelas demissões no Governo no seguimento da Operação Influencer, nomeadamente do primeiro-ministro António Costa e do ministro das Infraestruturas João Galamba.
“Não me sinto responsável por demissões porque se trata de uma avaliação pessoal e política que foi feita”, afirmou a procuradora-Geral da República (PGR) aos jornalistas esta quinta-feira, 23 de novembro.
Questionada sobre a sua chamada ao Palácio de São Bento, Lucília Gago referiu que tal aconteceu por solicitação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não querendo “revelar o teor da conversa”, aos jornalistas.
Sinto-me sempre com o dever de apresentar os melhores resultados que devam ser possíveis apresentar no contexto das investigações em curso.
A procuradora-Geral da República não acredita que as críticas feitas ao Ministério Público possam ter impacto na PGR, explicando também porque não foi pedida a presença da Polícia Judiciária durante as diligências.
“O Ministério Público nesta situação como acontece em muitas outras por vezes não há uma delegação de competência para a realização de investigação de uma polícia criminal em concreto”, sublinhou.
Já sobre o polémico parágrafo que dava conta da investigação criminal que envolveria o primeiro-ministro e que acabou por provocar a demissão de António Costa do cargo, Lucília Gago salientou que “as notas para a imprensa são sempre trabalhadas pelo gabinete de imprensa, como foi o caso e em situações mais sensíveis são acompanhadas de muito perto na sua redação pelo impacto público que têm”.
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