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Governo espanhol “contra” OPA hostil do BBVA sobre Sabadell

Ministério da Economia espanhol alerta que a união de ambos os bancos significaria um aumento do nível de concentração “que poderia ter um impacto negativo no emprego e na prestação de serviços financeiros”
9 Maio 2024, 11h57

O Governo espanhol considera que a oferta hostil de aquisição do BBVA sobre Sabadell tem potenciais “efeitos nocivos” no sector.

O Governo manifestou a sua opinião sobre a OPA hostil lançada pelo BBVA sobre 100% do Banco Sabadell “tanto na forma como no conteúdo”. A informação foi avançada esta quinta-feira pelo Ministério da Economia, Comércio e Negócios, considerando que a fusão poderá ter “potenciais efeitos nocivos” no sistema financeiro espanhol, noticia o “El Economista”.

Especificamente, o Ministério liderado por Carlos Cuerpo alerta que a união de ambos os bancos significaria um aumento do nível de concentração “que poderia ter um impacto negativo no emprego e na prestação de serviços financeiros”, e citam às avaliações feitas ontem pelo governador do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cos, no qual manifestou a sua suspeita de uma concentração bancária “excessiva”.

O Ministério da Economia diz que “um nível excessivo de concentração introduziria um risco potencial adicional para a estabilidade financeira”, citando declarações de ontem do governador do Banco de Espanha.

Além disso, o Governo entende que a operação afetaria também a coesão territorial devido à presença destas entidades financeiras no território.

“Espanha tem atualmente um sistema financeiro forte e solvente” que deve ser mantido “sólido” para que “continue a contribuir para o crescimento da nossa economia e para a agenda de inclusão financeira e proteção do cliente”, defende o Governo espanhol.

O Governo não é no entanto chamado a aprovar uma operação de mercado. As entidades públicas que são chamadas a pronunciar-se são o regulador bancário (BCE) e da Concorrência.

Na madrugada desta quinta-feira, o conselho de administração do BBVA lançou a segunda tentativa de aquisição do Banco Sabadell ao apresentar uma oferta pública de aquisição hostil sobre 100% das ações da instituição catalã depois de o board do Sabadell  rejeitar a primeira proposta amigável datada de 30 de abril por considerar que “subestima significativamente” o projeto Sabadell.

O Banco Sabadell rejeitou mais uma vez esta segunda tentativa e remete para ao comunicado publicado pela administração na passada segunda-feira, no qual afirmava que a oferta não satisfaz o interesse do Banco Sabadell e dos seus acionistas.

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