Na segunda-feira, Martin Vizcarra dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas, que defende serem necessárias para erradicar a “corrupção endémica” do país.
O parlamento reagiu ao aprovar a suspensão, por um ano, do chefe de Estado, por “incapacidade moral”, e substituindo-o pela vice-Presidente, Mercedes Araoz, uma economista de 58 anos, que tomou posse na mesma altura.
“Estamos diante de um golpe de Estado”, disse o deputado Jorge Del Castillo, um aliado da oposição, para justificar a dissolução do parlamento. “Espero que as forças armadas e a polícia não se juntem a esta charada”, acrescentou.
O parlamento, composto por uma só câmara, reunirá novamente na sexta-feira para votar uma moção de demissão definitiva, de acordo com o presidente do Congresso, Pedro Olaechea.
Esta crise é o resultado de uma disputa política de vários anos no Peru sobre a forma como os juízes são nomeados para o Tribunal Constitucional (TC).
O TC, o mais alto órgão judicial do Peru, está a analisar o pedido de libertação da líder da oposição Keiko Fujimori, filha do ex-Presidente Alberto Fujimori (1990-2000).
Keiko Fujimori está presa há 11 meses devido a um enorme escândalo de corrupção que envolve a construtora brasileira Odebrecht.
Entretanto, milhares saíram às ruas na capital em apoio da decisão de Vizcarra, num país onde quase todos os Presidentes vivos estão implicados em escândalo de corrupação com a construtora brasileira.
O atual Congresso foi eleito nas eleições de 2016 para um mandato que termina em 2021, o mesmo mandato de cinco anos que Pedro Pablo Kuczynski devia servir na presidência do Peru.
Kuczynski renunciou no ano passado, devido a supostas ligações com a Odebrecht.
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