O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português defendeu hoje que Portugal deve reagir de forma concertada com a União Europeia (UE) à imposição de tarifas alfandegárias pelos Estados Unidos, recusando a ideia de que o Governo esteja atrasado.
Paulo Rangel falava aos jornalistas no Palácio da Justiça, em Porto, depois de ter entregado as listas da coligação AD às eleições legislativas antecipadas de maio, cujo prazo termina hoje.
O cabeça de lista pelo Porto da AD enfatizou que “a competência na área das tarifas é exclusiva da União Europeia”, quando questionado pela Lusa se Portugal poderia fazer como o Governo espanhol, que tornou público um pacote de 14,1 milhões de euros para apoiar as empresas em resultado das tarifas impostas pela administração norte-americana aos produtos importados da UE.
“Claro que os governos nacionais podem ter um papel, mas isso tem de ser visto também em concertação com a União Europeia, que é o que nós estamos a fazer”, disse Paulo Rangel, ressalvando compreender a “pressa” do governo espanhol “por causa da situação política interna”, mas assinalando “que grande parte dos apoios já existiam”.
O MNE revelou, a seguir, estarem os dois governos ibéricos “em conversações” sobre o assunto das tarifas e que os dois “ministros da Economia têm, aliás, uma conversa aprazada sobre esta matéria”.
“Nós temos tempo para tratar desse assunto e vamos tratá-lo com todo o cuidado. Isso pode ter a certeza absoluta”, frisou Paulo Rangel, defendendo não haver necessidade de o Governo se precipitar.
Advogou “uma avaliação do impacto de uma forma que seja credível e não uma forma demagógica, de fazer um anúncio num dia em que nem sequer ainda se tem bem noção de como é que as coisas vão ocorrer a seguir”.
O ministro social-democrata declarou que o executivo demissionário está “em consultas com a Comissão Europeia, que é quem tem competência exclusiva para negociar as tarifas”, defendendo a importância contar com “os interesses portugueses” na resposta da União Europeia.
“Já estamos a trabalhar nisso há semanas. Isto é, a tentar proteger na resposta que a União Europeia venha a dar, os setores portugueses que poderiam ser mais impactados”, acrescentou, revelando que tudo “terá a sua resposta a seu tempo” e que “nada está atrasado” e a resposta será dada “também em breve”.
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