[weglot_switcher]

Governo quer ir buscar 32 mil milhões de euros aos mercados em 2017

Eventual subida de um ponto percentual nas taxas de juro da dívida nacional aumentaria em 584 milhões de euros a factura de juros do país.
Cristina Bernardo
14 Outubro 2016, 22h46

As emissões de Bilhetes e Obrigações do Tesouro voltam a ser a principal fonte de financiamento do país, num momento em que as taxas de juro da dívida soberana continuam perto de máximos de oito meses.

O Governo prevê colocar 32 mil milhões de euros nestes títulos de dívida no próximo ano, um montante equivalente ao que deverá ser emitido em 2016. O Governo arrisca-se no entanto a ver a factura com juros aumentar dada a recente subida do prémio de risco da dívida portuguesa, com a ‘yield’ a dez anos nos 3,3%. No relatório do Orçamento do Estado para 2017, o executivo nota que “uma reversão da política monetária do BCE no curto prazo resultaria no aumento do custo de financiamento da dívida soberana e colocaria pressão na sustentabilidade das fontes de financiamento externas, tornando ainda mais urgente a continuação do processo de eliminação das fragilidades estruturais da economia portuguesa”. E faz mesmo um exercício de simulação, onde considera o efeito da subida de um ponto percentual nas taxas de juro da dívida portuguesa, ao longo da curva de rendimentos, o qual resultaria num aumento de 584 milhões de euros na factura anual com juros do país.

O Governo conta ainda com um menor contributo das famílias portuguesas para o financiamento do Estado em 2017. Em termos líquidos, os Certificados de Aforro e do Tesouro deverão contribuir com 1.000 milhões de euros para as contas públicas, face aos 3,5 mil milhões estimados para este ano. O executivo estima uma fuga dos Certificados de Aforro em 2017, com amortizações líquidas no valor de dois mil milhões de euros, enquanto os Certificados do Tesouro Poupança Mais deverão contribuir positivamente com três mil milhões de euros para as contas do Estado.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.