Embora a situação em Portugal mantenha-se “estável”, o Governo admite estar “preocupado” com o contexto epidemiológico “adverso” na Europa, e por isso frisa a necessidade de se manter “uma atenção elevada e uma especial precaução à forma” como são abordadas as próximas semanas, previstas no processo de desconfinamento.
Marta Temido, a ministra da Saúde, falava esta terça-feira, aos jornalistas, após a reunião dos especialistas no Infarmed, onde foi anunciado que o número de novos casos por 100 mil habitantes, ou a taxa de incidência, situa-se entre os 60 e os 120 casos por 100 mil habitantes e R, ou risco de transmissibilidade, está nos 0,89 no território nacional. Ou seja, Portugal está na zona verde na matriz de risco anunciada pelo Governo.
Quanto aos próximos passos, a responsável pela pasta da Saúde indicava que estes passam por três aspetos: o reforço na testagem, frisando que têm sido feitos rastreios desde o início do regresso às atividades escolares; a vacinação, na qual se estima que, até ao final da semana, se possa atingir a meta que visa que 80% das pessoas com 80 ou mais anos estejam vacinadas e ainda que se registe mais de um milhão de portugueses com a primeira toma da vacina e meio milhão já imunizados.
No entanto, a principal prioridade está no plano de desconfinamento, uma vez que “a mobilidade está a aumentar” e já se regista “uma menor utilização do teletrabalho”. Tendo isto em conta, Marta Temido faz um “novo apelo às medidas de prevenção e de saúde pública, no sentido da manutenção da restrição e da diminuição dos contactos sociais ao mínimo indesvendável”.
“O vírus continua a estar presente no pais e espaço europeu”, referiu a governante. “A mensagem principal é a necessidade de continuar a combater através das medidas de precaução”, frisou.
Temido reforça confiança na vacina da AstraZenca
Aos jornalistas, a governante diz que os resultados do primeiro trimestre quanto à compra de vacinas “estão em linha” com o que o Governo ambicionava, lembrando que mais de 80% dos maiores de 80 anos deverão ter a vacinação feita no fim desta semana. Outro indicador são os 80% de profissionais de saúde e com funções de resiliência, igualmente no bom caminho.
“Fizemos um longo caminho e temos de continuar a fazer todos os esforços para que a capacidade industrial acompanhe o que foi a evolução da ciência”. Quanto às hesitações relativas à vacina da AstraZeneca, a ministra pede confiança nas decisões da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
“Qualquer medicamento aprovado no espaço europeu passa por uma avaliação da EMA, que tem décadas de trabalho confiável e transparente”, reforçou, acrescentando que “seguimos as recomendações da EMA. As vacinas são seguras”. Ainda assim, a ministra sublinha que todas as pessoas devem fazer uma “autovigilância” sobre possíveis efeitos adversos, mas neste momento a indicação é que os benefícios superarão os riscos da vacina da AstraZeneca.
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