[weglot_switcher]

Governo recusa incluir opção de Beja na avaliação ambiental estratégica ao novo aeroporto

O primeiro-ministro, António Costa, referiu que “o país anda há quase 60 anos” a discutir a localização do novo aeroporto e que, com o aumento de passageiros em Lisboa, Portugal está “mesmo numa luta contra o tempo”.
17 Março 2021, 17h05

O Governo reiterou esta quarta-feira que está excluída a possibilidade de se vir a realizar uma avaliação ambiental estratégica à opção de Beja para a construção do novo aeroporto. O primeiro-ministro, António Costa, referiu que “o país anda há quase 60 anos” a discutir a localização do novo aeroporto e que, com o aumento de passageiros em Lisboa, Portugal está “mesmo numa luta contra o tempo”.

“O Governo entendeu fazer uma avaliação ambiental estratégica não entre uma mas entre três soluções: Alcochete, Portela + Montijo ou Montijo + Portela. São essas três soluções que estão em cima da mesa. O país não pode multiplicar outras soluções, se não daqui a 60 anos ainda alguém estará a discutir onde é que há-de ser a construção do novo aeroporto de Lisboa”, referiu António Costa, no debate sobre política geral no Parlamento.

António Costa respondia assim ao partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) que, pelo deputado André Silva, acusou o Governo de “fazer é uma avaliação ambiental estratégica fictícia, sem cumprimento das boas práticas e recomendações da União Europeia”, em que “compara apenas duas localizações, designadamente, a solução Lisboa + Montijo em duas opções de intensidade distintas e a solução Alcochete”.

“O que se está a fazer é uma avaliação condicionada à partida. Pergunto-lhe, por que não faz uma avaliação ambiental estratégica a sério, que inclua a opção Beja? Terá medo dos resultados da avaliação? Tem medo que o resultado venha demonstrar que é a solução mais adequada?”, questionou André Silva.

Em resposta, António Costa disse que “o país anda há quase 60 anos” a discutir a localização desse novo aeroporto de Lisboa. “Durante décadas, fizeram-se estudos sobre duas soluções alternativas: a Ota e Rio Frio. O país apaixonou-se por essa discussão”.

“Quando cheguei ao Governo e não cumprindo a tradição, a primeira coisa que fiz foi não rever a decisão do Governo anterior e manter a decisão porque acabou o tempo da discussão e é tempo de cumprir. Estamos mesmo numa luta contra o tempo”, salientou, lembrando que a opção Montijo “não se tornou viável por uma questão legal”.

António Costa recordou ainda que anteriormente tinha havido “um grande consenso nacional” em torno de Alcochete, mas “veio um novo Governo e enterrou Alcochete e decretou que não era preciso aeroporto nenhum, porque todos os estudos de procura eram megalómanos e que nunca Portugal precisaria de um novo aeroporto porque nunca haveria aquela procura”. “Não precisou de mais de dois anos para concluir que os números não eram megalómanos e a procura estava a crescer muito acima do que os estudos megalómanos previam”, frisou.

Foi depois encontrada uma solução “acordada no processo de privatização da ANA”, que foi a de que, “a partir de certo limiar de passageiros, a ANA podia ter a opção de fazer um aeroporto e indicar onde é que o queria fazer” e houve um entendimento sobre a sua localização no Montijo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.