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Governos europeus vendem 16 mil milhões de euros em participações de bancos resgatados

A venda de participações de bancos resgatados tem acelerado no último ano, com os governos europeus a tentarem beneficiar da subida das ações num cenário de aumento dos juros.
16 Setembro 2024, 12h17

Os governos europeus venderam ao longo do ano passado mais de 16 mil milhões de euros em participações em bancos que foram alvo de um resgate, tentando deixar para trás os efeitos da crise financeira global.

Uma análise do “Financial Times” mostra que a venda de participações dos bancos aumentou nos últimos 12 meses, com os governos a aproveitarem a subida dos títulos registada à boleia do aumento das taxas de juro. Ainda assim, refere o jornal, os governos estão, na sua maioria, a recuperar apenas uma pequena parte do dinheiro dos contribuintes que foi injetado nas instituições financeiras em risco de colapso.

“A experiência de deter participações em bancos ensinou os governos a importância de limitar as perdas antecipadamente, uma vez que uma recuperação total dos investimentos pode não ser realista”, afirma Filippo Alloatti, da Federated Hermes, ao jornal.

Este movimento deve manter-se nos próximos meses. Os governos da Grécia e de Itália devem “devolver” os bancos que resgataram ao sector privado até ao final do ano, enquanto o Reino Unido e a Irlanda podem vir a vender as suas participações no próximo ano.

O governo grego, que injetou 50 mil milhões de euros em quatro bancos durante a crise de dívida no país, obteve mais de 1,7 mil milhões de euros ao longo do último ano ao vender a sua posição no Alpha Bank, Eurobank e Piraeus Bank. Também alienou mil milhões de euros do National Bank e é esperado que venda os restantes 18% que detém do banco nas próximas semanas.

No Reino Unido, o executivo diminuiu a sua participação no NatWest de 38,5% para 18% desde dezembro, vendendo 5,5 mil milhões de libras (6,5 mil milhões de euros). O governo britânico injetou 45,5 mil milhões de libras no NatWest – conhecido à data como Royal Bank of Scotland – e ficou com uma participação de 84% no âmbito de dois resgates, em 2008 e 2009. Desde então tem vendido gradualmente a sua posição e recebido dividendos.

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