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Grande Barreira de Coral está cada vez mais pobre, alerta relatório australiano

“A janela de oportunidade para melhorar o futuro, a longo prazo, do recife é agora”, sublinha o mesmo relatório, chegando a um ponto crítica, embora seja uma das áreas marinhas protegidas mais bem geridas do mundo.
30 Agosto 2019, 15h04

As perspetivas relativamente ao futuro da Grande Barreira de Corais, na Austrália, pioraram. De “mau” para “muito mau”, o exaustivo relatório do governo australiano alertou que “agora” é a única janela de oportunidade para melhorar o futuro de uma das maravilhas naturais do mundo.

O relatório da Autoridade de Parques Marinhos da Grande Barreira de Corais mostrou que os recifes de coral estão cada vez mais pobres e que atualmente existe uma perda e degradação generalizada de habitat que afetam cada vez mais peixes, aves marinhas e tartarugas.

O mesmo relatório revela que a situação atual não deve melhorar a não ser que haja uma ação nacional e global urgente que permita enfrentar a crise climática, sendo que o governo australiano descreveu as alterações climáticas como uma das maiores ameaças para o desaparecimento de corais.

A autoridade marinha assume que o aumento da temperatura do mar e que as ondas de calor marinho que causam o branqueamento dos corais são dos riscos mais iminentes para a extinção destes corais. A poluição agrícola, o maior desenvolvimento costeiro e a pesca ilegal também contribuem para o desaparecimento do maior organismo vivo da Terra.

O relatório avança que embora a qualidade da água esteja a melhorar, ainda que lentamente, continua a afetar as zonas costeiras, em parte devido às práticas agrícolas que não se desenvolvem sustentavelmente com rapidez. “Sem outras ações locais, nacionais e globais sobre as maiores ameaças, as perspectivas gerais para o ecossistema da Grande Barreira de Corais permanecerão precárias, com consequências contínuas também para seus valores patrimoniais”, sustenta o relatório.

“A janela de oportunidade para melhorar o futuro, a longo prazo, do recife é agora”, sublinha o mesmo relatório. Ainda que seja uma das áreas marinhas protegidas mais bem geridas do mundo, devido à sua fragilidade, e aos valores de património mundial permanecerem intactos, a Barreira está num ponto crítico.

Segundo a Autoridade dos Parques Marinhos, o recife entrou numa ‘encruzilhada’ em 2009, sendo que em 2014 já estava “sob pressão” e em 2019 está “menos resiliente”. Com um desafio de restauração da saúde do recife, a investigação esclarece que a implementação de um plano governamental até 2050 é essencial.

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