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“Grande parte da contestação ao turismo tem raiz no ódio às democracias liberais”, diz presidente da APAVT

Pedro Costa Ferreira salienta que este foi o setor que melhor integrou imigrantes nas suas estruturas de produção, sublinhando que o turismo não foi responsável pela destruição das cidades.
24 Outubro 2024, 17h49

Numa altura em que o turismo continua a bater recordes de crescimento face a 2023, Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) não poupa críticas a quem acusa o setor de ser um dos responsáveis pelos problemas de imigração no país.

“O turismo foi o sector que melhor integrou imigrantes nas suas estruturas de produção, atenuando problemas sociais e permitindo que tenhamos uma ténue esperança de renovação demográfica. Grande parte da contestação ao turismo, tem apenas raiz no ódio às democracias liberais e ao estilo de vida ocidental, baseado na liberdade e na tolerância por todas as diferenças”, afirmou na abertura do 49º congresso da APAVT que decorre na cidade de Huelva, em Espanha, entre os dias 24 e 26 de outubro.

Em 2023, o setor registou 77 milhões de dormidas, para 30 milhões de turistas e um total de 25 mil milhões de euros de receita. Os dados agosto de 2024 do Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que as dormidas subiram 4%, enquanto as receitas aumentaram mais de 10%.

Face a isto, o responsável da APAVT alerta para o perigo da narrativa do ‘turismo a mais’ que se tem desenvolvido e multiplicado, “numa era da notícia fácil, de algum jornalismo preguiçoso e de muitos comentadores apenas portadores de ignorância”.

O presidente da APAVT classifica como curioso, mas nada inesperado, que o turismo seja atacado por “quem passa os dias na rua a berrar por melhor integração dos imigrantes, quando é quem mais faz por os integrar, empregando-os”.

Pedro Costa Ferreira considera que o setor tem sido atacado por más razões, uma das quais o excesso de turistas nas cidades. “O turismo não destruiu o centro das cidades, afastando de lá as pessoas. Antes do turismo não havia pessoas a viver no centro das cidades. Ninguém queria viver em zonas degradadas, sujas e perigosas”, salientou.

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