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Greve dos motoristas divide posições no Bloco de Esquerda

O deputado bloquista Pedro Soares, que está de saída da Assembleia da República, critica a atuação do BE no processo que levou à greve, considerando que “o ‘gerigoncismo’ embotou o raciocínio político de muito boa gente”. 
14 Agosto 2019, 09h47

A greve dos motoristas das matérias perigosas e mercadorias, que cumpre esta quarta-feira o terceiro dia, está a dividir o Bloco de Esquerda (BE). O deputado bloquista Pedro Soares, que está de saída da Assembleia da República, critica a atuação do BE no processo que levou à greve, considerando que “o gerigoncismo embotou o raciocínio político de muito boa gente”.

“O gerigoncismo embotou o raciocínio político de muito boa gente, que já não sabe colocar-se com clareza de um dos lados das lutas, perdeu gume no combate político e deixa-se submeter ao pânico da contabilidade dos votos. É esta postura rendida ao populismo que engorda o PS, não são as lutas pelos direitos de quem trabalha”, afirma Pedro Soares, numa mensagem publicada no Facebook.

E acrescenta: “Ainda há quem, sendo de esquerda, hesite sobre o apoio à luta dos motoristas, venha com falinhas mansas acerca dos serviços mínimos decretados pelo governo, faça comoventes apelos à calma entre as partes para que o país não saia prejudicado, demonize os sindicatos e as lutas ‘inorgânicas’ e, historicamente ainda mais ridículo, procure algum paralelismo entre esta luta e o que se passou com o patronato dos transportes de mercadorias no Chile, nos anos 70 do século passado”.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, veio esta terça-feira considerar que a requisição civil “a pedido das entidades empregadoras” foi um “erro” da parte do Governo e “uma limitação do direito à greve”.

“Neste momento, sendo esta uma greve que mobiliza tantos recursos públicos, o Governo não deve apelar apenas ao entendimento. Deve exigir que todas as partes se sentem em negociações sem pré condições. O país não pode ficar em suspenso devido a irresponsabilidade e provocações”, afirmou Catarina Martins.

Catarina Martins diz ainda que “o Governo já tinha conhecimento da situação e portanto devia ter agido para travar esta escalada”.

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